EXCLUSIVA Depois de Salvador, Neto investe em Souto no interior






Foto: Valter Pontes/Coperphoto
Neto acompanha Souto em contato com populares em Candeias
A ida a um comício de Paulo Souto (DEM), ontem à noite, em Candeias, marcou um novo momento na participação do prefeito ACM Neto (DEM) na campanha do correligionário. A partir de agora, ela não deve se restringir mais aos municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS), devendo expandir-se pelo interior, principalmente nas cidades de grande e médio porte. Neto considera que a campanha de Souto está consolidada em Salvador. As pesquisas para consumo interno que lhe chegam às mãos indicam que o eleitorado soteropolitano identifica plenamente seu apoio ao candidato a governador.
Os números comprovariam, assim, que ele teria atingido o objetivo de ajudar o correligionário na capital baiana. A meta agora é ampliar a vinculação entre eles no interior, onde Neto, segundo assessores, é recebido como um verdadeiro pop star. Em algumas localidades, colaboradores do prefeito já viram as pessoas perguntarem primeiro por ele antes do candidato, quando o avião aterrissa. O prefeito de Salvador esforça-se pela eleição de Souto por motivos também práticos. Seu plano de metas para a cidade é ousado e carece de um suporte financeiro que os caixas da Prefeitura não podem suportar, mesmo com suas investidas para aumentar a arrecadação.
Neto sabe que, se Rui Costa, candidato a governador do PT, vencer as eleições, não terá apoio do governo estadual para implementar nenhuma dos investimentos em infraestrutura que planeja para a cidade. Recentemente, teve várias demonstrações das dificuldades que enfrentará, ao ver pedidos de financiamento serem negados. O cenário apenas pioraria na hipótese de a presidente Dilma Rousseff (PT), hoje ameaçada na corrida presidencial Marina Silva (PSB), obtiver a reeleição. Por este motivo, a vitória de Souto é vista como fundamental pelo prefeito de Salvador, que, neste caso, enfrentaria hipoteticamente, em 2016, um cenário muito mais confortável para disputar a reeleição.
“Pode escrever aí: se Rui se eleger, Neto vai ser asfixiado pelo governo do Estado e vai passar maus bocados para se reeleger em 2016″, pressupõe um colaborador antigo do prefeito, referindo-se ao clima pesado que a campanha provocou nas relações entre o prefeito e o governador Jaques Wagner, maior liderança do PT estadual e padrinho político de Rui. Nas últimas duas semanas, Wagner bateu pesado no prefeito, que se limitou a responder, afirmando que o petista estava irritado com “a iminência da derrota” de seu candidato. O clima não tem porque melhorar qualquer que seja o resultado das urnas, afirma a mesma fonte.
Raul Monteiro*

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