PMs X BANDIDOS: POLICIAIS MILITARES DA BAHIA PEDEM RESPEITO E APOIO AO ESTADO E AOS DIREITOS HUMANOS

O presidente da Associação de Praças e Policiais Militares da Bahia (APPM), José Roque, questionou 'a violência' que os policiais militares e da falta dos direitos humanos para a classe durante a audiência pública realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) na manhã desta quarta-feira (25) . “Os direitos humanos também tem essa obrigação, de cuidar dos policiais. A violência que o policial militar sofre um grande desrespeito à sociedade. O policial militar não precisa ser execrado, ele sabe da sua missão. Mas como pode o policial militar exercer sua atividade, sendo execrado a todo o momento?”, desabafou. José Roque disse que os policiais precisam do apoio dos “direitos humanos para combater a marginalidade”. O presidente da APPM ainda asseverou que os direitos dos policiais são limitados, sendo impedidos de se sindicalizarem, de fazerem greve, e que são presos por questões administrativas da corporação. Para Roque, quando um policial sofre uma violência, ele fica muito vulnerável, e por isso, a sociedade sofre as consequências. “O serviço policial militar precisa ser prestigiado, porque nós também queremos prestar o melhor serviço à sociedade, mas nós também queremos esse reconhecimento”, conta. José Roque defende ainda um modelo de segurança mais eficaz e diz que a policia faz um serviço de “excelência”, e que só é dado visibilidade aos fatos negativos.

Major Pita | Foto: Angelino de Jesus/ OAB-BA


O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais, Jorge Falcão,  afirmou que é preciso "enxergar a violência policial sob a ótica da violência do Estado contra policiais”. Para ele, o policial ser morto fora do serviço, é um exemplo da violência do Estado. Falcão diz que o momento é para se “discutir as condições de trabalho do policial”. O sindicalista diz que o maior número de mortes de policiais rodoviários federais, por exemplo, é em decorrência de acidentes em serviço, com viaturas em péssimas condições uso, com falta de blindagem das viaturas, e que o “monopólio” de uma empresa fabricante de armamentos, que produz armas falhas, expõe mais ainda a vida do policial. O chefe de Comunicação da Polícia Militar da Bahia, Major Pita, afirmou que a “percepção dos direitos humanos e do ser policial, tem sofrido uma revolução muito grande e constante”. “Antigamente, pregava-se que eram as minorias, que seriam os negros, os homossexuais e hoje, nós, policiais militares, estamos aqui, querendo um espaço nessa sociedade. Sociedade que, muitas vezes nos culpa, nos julga de forma antecipada, nos impõe uma culpa, e muitas vezes, nem o direito da ampla defesa e do contraditório é respeitado. Mas nos sentenciam, nos cobram, exigem que sejamos, sim, heróis”, afirma. Pita afirma que 3% dos policiais baianos respondem a processos administrativos.

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