Convite ao Pensar: O que Não é para Amadores, é o Primeiro Escalão de um Governo

Por José A. Nunes

Tornou-se comum ouvir que determinadas atividades ou cargos políticos não são para amadores. Quando se trata do primeiro escalão de um governo, essa afirmação ganha um significado ainda mais profundo. A política, especialmente em seus níveis mais elevados, é um ambiente que conjuga prestígio e oportunidades com complexidade e desafios, onde a sobrevivência e o sucesso dependem de habilidade e competência.

No primeiro escalão de um governo, a pressão é contínua. A busca por mais espaço e influência é diária, e os secretários(as) que atuam nesse nível precisam ser capazes de lidar com situações difíceis e tomar decisões importantes em um curto período. Além disso, é essencial possuir uma visão estratégica abrangente e a capacidade de dialogar com “gregos e troianos” para alcançar os objetivos do governo e, potencialmente, se destacar no cenário político.

Neste contexto, o primeiro escalão governamental não é lugar para amadores. É um ambiente que demanda profissionais experientes e capacitados, aptos a lidar com a complexidade e a pressão inerentes ao cargo. É fundamental possuir habilidade política, técnica e de diálogo, além de contar com profissionais confiáveis e sem vaidades no segundo e terceiro escalão.

Nos próximos quatro anos, o primeiro escalão do governo municipal enfrentará um desafio adicional, a disputa pela sucessão do prefeito Fábio Gusmão. A competição por espaço e influência será intensa, e alguns secretários(as) serão levados ao limite. Esse novo momento pode ser caracterizado como "estado beligerante”, conceito que o pensador inglês Thomas Hobbes definiu como "estado de guerra de todos contra todos".

Portanto, é crucial que os agentes políticos atuantes no primeiro escalão governamental, inclusive as eminências pardas (que serão manipuladas para dividir o grupo político em favor de uma ala da burguesia latifundiária), estejam preparados para enfrentar todos os desafios do segundo mandato e sua complexidade adicional. É preciso competência técnica e habilidade de diálogo com “gregos e troianos”, além de uma visão estratégica ampla e uma rede de contatos sólidos. Somente assim, será possível navegar com sucesso no complexo ambiente político do primeiro escalão de um segundo governo, que tem no horizonte político a sucessão do prefeito.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete necessariamente a opinião do ´Alerta Itarantim'.