OS CASOS DE CORRUPÇÃO ENVOLVENDO O PT.

- Penso que nós, Cristãos, que conhecemos tudo aquilo que a Bíblia fala sobre submissão e respeito às autoridades constituídas por Deus, deveríamos nos reportar ao nosso presidente de uma forma sempre respeitosa. No calor do debate, com a imagem do presidente da república seriamente afetada por todos esses escândalos que envolvem pessoas muito próximas a ele, soa a oportunismo profético falarmos de forma desrespeitosa de alguém a quem devemos respeito. Porém, não há nenhum pressuposto ético na fé cristã que nos impeça de exigir que as denúncias de corrupção que envolvem seu governo sejam apuradas. E caso se torne claro que tudo aconteceu com a sua anuência, não tenho dúvida de que, devido à gravidade dos fatos, ele deva voluntariamente largar o governo, ou sofrer processo de impeachment. Creio que o nível de frustração quanto à ética na política no nosso país pode, de certa forma, ser proporcional ao nível de expectativa criada quanto ao governo do PT. Confesso que as minhas expectativas não eram grandes. A inexperiência administrativa, associada ao despreparo e pressupostos ideológicos que ainda regem a ação política de integrantes desse partido, levou muitos de nós brasileiros a terem pouca esperança quanto ao seu destino. Quanto à descrença política que tudo isso produz, julgo que qualquer pessoa que tenha um mínimo conhecimento sobre o tema sabe que a tendência de quem assume o poder é de se deixar corromper por ele (isso não é privilégio do Partido dos Trabalhadores). De certa forma, é bom não ter esperanças quanto à possibilidade do mundo da política ser diferente. Lembrando o sociólogo Selem Rachid Asmar, que, num dos seus comentários, fez uma colocação que sintetiza muito bem isso: ‘eu não me admiro das coisas na política serem assim. Sendo o homem quem ele é, eu me admiro das coisas não serem piores”. Um pouco de realismo político pode nos ajudar a tomar medidas que debelem o mal assim que ele se manifestar, ou até mesmo o desestimule. O que precisamos é matar de vez todo romantismo político e lutarmos por leis que determinem penas proporcionais à gravidade do delito praticado por pessoas que não souberam usar a confiança depositada pelo povo em suas vidas a fim de se utilizarem desse poder delegado para o benefício da população. Qual deve ser a pena aplicada a uma pessoa instruída, possuidora de plena percepção das conseqüências dos seus atos e que traiu a confiança da nação? Se nossas penas fossem mais severas para este tipo de crime e a execução das mesmas garantida, não viveríamos nesse estado de coisas. O Brasil é o país da impunidade. Aqui, o crime compensa.

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