A proposta da corrente hegemônica do PT para comandar o partido na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva formaliza a submissão dos Estados aos interesses da pré-candidatura Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto e define o PMDB como principal "força de centro" a ser conquistada.
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"A base da unidade é a o entendimento da centralidade da eleição da companheira Dilma. Ela deve subordinar todas as esferas da disputa e orientar todos os movimentos políticos do PT da mesma forma que a eleição de Lula submetia todas as nossas ações", diz trecho da plataforma da CNB (Construindo um Novo Brasil) a que a Folha teve acesso.
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Na prática, significa que, caso prevaleça a hegemonia da corrente, conforme ocorre no partido há pelo menos uma década, a nova direção trabalhará para "enquadrar" as pré-candidaturas petistas nos Estados que contrariam o interesse de eventuais aliados de Dilma, especialmente o PMDB, na eleição para o Planalto.
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As eleições internas do PT estão marcadas para dezembro deste ano. José Eduardo Dutra, ex-senador (SE) e presidente da BR Distribuidora (subsidiária da Petrobras), é o nome da CNB para comandar o partido.
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"A construção de palanques estaduais unitários é uma exigência desse objetivo, independentemente de o PT estar na cabeça de chapa", diz outro trecho da tese da corrente, que, até o dia 18, estará aberta para receber emendas e sugestões.
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O documento, tratado em sigilo no partido, também deixa claro qual deverá ser a sigla prioritária no que diz respeito às alianças: "A continuidade do nosso projeto político em 2010 está vinculada à capacidade de solidificar um bloco de esquerda progressista no país. Dependerá também da capacidade de agregar forças políticas de centro, principalmente o PMDB".
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É justamente no desejo de contar com os peemedebistas e aliados de outros partidos em torno de Dilma, ministra da Casa Civil, que esbarra o projeto de alguns líderes petistas, entre eles nomes do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, de Pernambuco, do Paraná e de São Paulo.
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Nesses Estados, a chapa da CNB para a direção nacional do PT já estuda subordinar suas pré-candidaturas majoritárias (governos e Senado) aos aliados.
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Historicamente, ações nesse sentido causaram fissuras e traumas no PT, como o ocorrido em 1998, quando a direção nacional proibiu Vladimir Palmeira de concorrer ao governo do Rio em troca do apoio do PDT à candidatura Lula.
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"Muitas vezes, é mais importante você ter um petista no Senado para garantir uma governabilidade à nossa candidata em caso de vitória", afirmou Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula e um dos membros da CNB.
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Em outras correntes, no entanto, a proposta é rechaçada. "Não consigo entender. Por que o PMDB exigiria que o PT não tenha candidato em dez Estados? Em nome de quê isso? Não tem cabimento de argumento", disse Raul Pont, ex-prefeito de Porto Alegre (RS), da corrente Mensagem ao Partido, que ainda estuda lançar uma chapa para presidir o PT.
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O deputado federal André Vargas (PR), da CNB, diz acreditar que todo o partido estará unido. "Hoje, a maioria tem a compreensão de que a candidatura Dilma é mais importante, tanto que os congressos estaduais do PT serão feitos depois do congresso nacional no ano que vem", disse.
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