A liderança de Dilma Rousseff (PT) na última pesquisa CNI/Ibope enfraqueceu ainda mais a já fragilizada costura de alianças de José Serra (PSDB) nos Estados.
Santa Catarina é um exemplo: sob pressão do comando nacional, o PMDB local (até então fechado com PSDB e DEM) definirá seu futuro amanhã em uma convenção.
No Estado, parte do PMDB cogita lançar candidato próprio, desmontando o palanque de Serra. Na quarta-feira, o ex-governador e candidato ao Senado Luiz Henrique Silveira avisou Serra que levaria a disputa à convenção.
"Esse Sul está um horror", disse o presidente do PSDB-SC, Beto Martins. Ele se referia também ao Paraná. Após flertar abertamente com o PSDB, Osmar Dias (PDT) não descarta concorrer ao governo do Estado aliado ao PT.
Prometeu anunciar sua decisão ontem, mas adiou para hoje. Segundo o senador Alvaro Dias (PSDB), a resposta de seu irmão depende da escolha do vice de Serra: Alvaro diz que Osmar condiciona o apoio a Serra à sua escolha para vice na chapa.
"Osmar vai esperar até amanhã [hoje]. Já está tudo montado para ele concorrer ao governo", diz o tucano.
O desempenho de Dilma também teve reflexo no PP. Aliado de Lula, o PP chegou a discutir a hipótese de aliança formal com o PSDB quando Serra liderava as pesquisas, mas nesta semana optou pela neutralidade. No dia 7 de julho, o partido vai anunciar apoio informal a Dilma.
"É melhor fazer desta forma para evitar ter que fazer intervenção em um ou outro Estado", disse o presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ). Segundo o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), a maioria defendia a aliança formal com Dilma, mas Dornelles barrou a convocação da convenção.
Ainda ontem, a campanha de Serra tentava desatar nós em Sergipe --onde o DEM reclama da resistência do ex-governador Albano Franco a uma aliança-- e no Pará --onde o ex-governador Simão Jatene tenta evitar a candidatura do DEM ao Senado.
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