Clima bélico toma conta do primeiro debate para candidatos ao governo

Thiago Pereira/TB

O clima bélico tomou conta do primeiro debate entre os candidatos a governador da Bahia, exibido na noite desta quinta-feira (12), pela TV Bandeirantes, com participação de Jaques Wagner (PT), Paulo Souto (DEM), Geddel Vieira Lima (PMDB), Luís Bassuma (PV) e Marcos Mendes (PSOL). Os concorrentes ao governo estadual trocaram acusações e críticas durante as duas horas em que o programa foi realizado. A mediadora Rita Batista precisou, por vezes, conter os ânimos dos candidatos, que optaram por uma campanha de tom ferino para o encontro.
A indisposição entre os candidatos ficou evidenciada logo no primeiro bloco. Questionado sobre os índices socias da Bahia, Bassuma afirmou que cabia a população o poder de modificar o cenário da pobreza no estado. "Quem quiser tudo como está, vota em Wagner; quem quer um pouco de mudança, vota em Geddel, já que os dois defendem a mesma candidata a presidente, Dilma Rousseff; quem quiser a Bahia do passado, vota em Souto, quem quiser uma Bahia diferente me escolherá para o governo", disse.
No bloco seguinte, Souto cobrou de Wagner promessas de campanha de 2006. "O senhor disse que não contrataria Reda e que era contra as concessões", afirmou o Democrata. Wagner rebateu dizendo que nunca foi contra o Reda ou contra as concessões, mas que defendia a responsabilidade para a execução destes processos.
Minutos depois, Marcos Mendes questionou Geddel sobre as aplicações de recursos federais enquanto o peemedebista era ministro da Integração Nacional. "Não é estranho que R$50 milhões em recursos tenham vindo para Bahia e atendido prefeituras do PMDB as vésperas da eleição?", perguntou Mendes. Geddel afirmou que se foram R$ 50 milhões ele trabalhou mal, já que deveria ter atraído muito mais dinheiro para Bahia. "Você não sente a consciência pesada? Enquanto aplicou a maioria dos recursos federais na Bahia, outros estados como Rio de Janeiro, Santa Cataria e Pernambuco sofreram com as chuvas", retrucou o candidato do PSOL.
Wagner teve até mesmo direito de resposta concedido pelos advogados presentes após Marcos Mendes surpreender os organizadores do debate com um pote de água supostamente contaminada com urânio. O líquido teria vindo de Caetité, onde recentemente ocorreu um vazamento que contaminou a região. O ato do candidato do PSOL não estava previsto nas regras do debate e causou mal estar entre os candidatos, com discussão fora dos microfones.
Por fim, os candidatos responderam perguntas feitas por jornalistas convidados e tiveram alguns minutos para falar diretamente com o eleitor.

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