EXCLUSIVO: Wagner deve bancar indicação de Otto na Infraestrura, mesmo contra vontade do PP

Otto Alencar, motivo da primeira disputa no novo governo

O governador Jaques Wagner (PT) está disposto a enfrentar o PP e bancar a nomeação de seu vice, Otto Alencar, para a secretaria estadual de Infraestrura, hoje ocupada por Wilson Brito, colocado no posto pelo deputado federal João Leão, um dos caciques do partido na Bahia ao lado do hoje ministro Mário Negromonte.
Segundo relatou uma fonte do governo ao Política Livre, o governador teria tomado a decisão este final de semana, depois que o PP se reuniu com seu articulador político, o secretário de Relações Institucionais, César Lisboa, para tratar da ocupação de cargos no seu segundo mandato.
De acordo com o mesmo quadro, apesar de Otto estar filiado ao PP, os caciques do partido não o vêem como um autêntico representante da legenda, motivo porque não gostariam de tê-lo participando do governo na cota da agremiação.
“O vice pode ocupar o cargo que lhe destinarem, desde que fique claro que o faz em sua cota própria ou na do governador”, teria dito a Lisboa um dos negociadores do PP que trataram do assunto neste fim de semana.
Antes de reunir-se com o articulador político de Wagner, o PP já havia mandado vários recados ao governo no sentido de que não gostaria de ver seu espaço reduzido na administração. Hoje, o partido comanda, além da Infraestrutura, a secretaria de Agricultura.
Após fazer uma análise sobre a força do partido na Assembleia e na Câmara dos Deputados, o governador, entretanto, teria decidido que não há como justificar a manutenção de duas pastas para o PP em seu segundo governo, no momento em que vai  indicar um quadro filiado ao partido para a administração.
A tese, que é encampada por auxiliares políticos do governador, foi reforçada com a ida de Negromonte para o Ministério das Cidades, a qual, apesar de não ter sido patrocinada por Wagner, teria contado com seu aval junto à presidente Dilma Rousseff.
O temor de que Negromonte e seu PP se transformem “num novo Geddel”, uma referência ao ex-ministro peemedebista Geddel Vieira Lima, que rompeu com Wagner apesar de ocupar postos importantes na administração, também estaria na base da decisão do governador.
“Wagner não cortou as asas de Geddel na hora certa e vejam no que deu. Até por uma questão de inteligência, ele não vai querer repetir a mesma história com o PP”, adianta um deputado federal petista, curioso sobre se o partido de Leão e Negromonte enfrentará o governador.

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