Aécio: 'O PT escolheu o PT'


Em discurso aguardado no Senado, Aécio Neves estreou ontem no plenário com balanço crítico dos primeiros 100 dias de governo Dilma e também dos oito anos de governo Lula. Após abrir sua fala ressaltando seu perfil conciliador - “Não confundo agressividade com firmeza” -, o senador mineiro do PSDB destacou a importância do papel da oposição, que, para ele, tem três pilares: “coragem, responsabilidade e ética”. Em ataque direto ao governo Lula, Aécio afirmou: “Ao contrário de que alguns querem fazer crer, o país não nasceu ontem”. “Sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT”, afirmou o tucano. Resgatou a lembrança do governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e buscou um tom que, afinal, reconheceu avanços realizados pelo governo do PT e projetou possibilidades de conversas entre situação e oposição. “Estarei como homem do diálogo, como sempre fui, que não teme o enfrentamento e o debate nem as oportunidades de convergência”, disse Aécio.  O mineiro contou com a audiência de um correligionário inesperado: o ex-senador José Serra, a quem fez menção e que estava no plenário. Assim, se por um lado o senador mineiro tratou de estabelecer diferenças entre PSDB e PT, relembrando pontos de divergência entre os partidos ao longo da história, como a transição da ditadura para a democracia (no apoio a seu avô Tancredo Neves) e implementação do Proer sob FHC, por outro, Aécio enxergou uma continuidade entre Itamar, o presidente tucano e Lula. O senador chegou a dizer que, a despeito da opinião de alguns, os historiadores devem enxergar, no futuro, os mandatos dos três últimos presidentes como um “só período de estabilidade e crescimento”. No bloco das críticas aos oito anos de governo Lula, Aécio destacou ser preciso enfrentar o “continuísmo das graves contradições”.  “Cessadas as paixões da disputa eleitoral, o Brasil precisa de um choque de realidade”, emendou o tucano. Em menção a outro tucano, o governador Geraldo Alckmin, Aécio falou que “ser oposição é tão patriótico quanto ser governo”.

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