ITACARé: NOTAS FISCAIS COMPROVARIAM FRAUDE
Desafiado pelo prefeito de Itacaré, Antonio de Anízio (PCdoB), a apresentar provas documentais para as denúncias feitas à Polícia Federal e divulgadas pelo Bahia Notícias (ver aqui e aqui), o ex-representante do supermercado Gigantão, Josemar Santos, conhecido como Gazo, visitou a redação do site e mostrou notas e outros papéis que comprovariam o esquema de desvio de verbas da merenda escolar na cidade do litoral sul baiano. Acusado pelo alcaide de tentar extorquir a prefeitura em R$ 31 mil (ver aqui), o ex-fornecedor respondeu com a sugestão de uma acareação entre as partes. “Me admira a coragem do prefeito. Em ênfase, na sua resposta ele está declarando que houve o enxerto das notas. Pois se ele disse que eu fiz chantagem e tentei levar dos cofres públicos a quantia de R$ 31 mil, e se quem paga é o secretário de finanças [Antônio Souza Santos, conhecido como Antônio Onça] a mando dele, e todas as notas que eu servi para a prefeitura foram pagas [as do lote da merenda escolar], lanço um desafio para que ambos, eu e ele, vamos em juízo por livre e espontânea vontade, pois cabe à Justiça quebrar o sigilo bancário e telefônico dos envolvidos”, intimou. O esquema teria desviado, entre maio e dezembro do ano passado, cerca de R$ 100 mil de verbas do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Uma das notas fiscais apresentadas por Gazo, de nº 296, datada de 1º de outubro de 2010 (dois dias antes das eleições), descreve a compra de R$ 3.530 em carnes no Gigantão. Segundo o ex-fornecedor, os produtos descritos na nota não foram entregues. O dinheiro, entretanto, teria sido sacado e repassado a Neila Palafoz Barreto, coordenadora de controle interno da prefeitura. De acordo com Gazo, a quantia foi usada para, dentre outras coisas, pagar pessoas que fariam boca de urna para o candidato a deputado estadual apoiado pelo comunista. Alguns “vales”, que teriam sido entregues pelo secretário Antônio Onça a outras pessoas ligadas ao prefeito, e que dariam direito a consumo no supermercado, também foram apresentados por Gazo. Um deles, no valor de R$ 3.952,59, é assinado, de acordo com o denunciante, pelo motorista do prefeito, conhecido como Jeferson. As mercadorias seriam usadas em compra de votos, segundo a denúncia apresentada à PF e ao Ministério Público.
(João Gabriel Galdea)
ITACARé: GESTOR TERIA PAGO AGIOTA COM FUNDEB
Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias
Gazo (à direita) apresentou documentos que comprovariam desvio de verbas da merenda
Entre as notas fiscais apresentadas ao Bahia Notícias pelo ex-fornecedor da prefeitura de Itacaré Josemar Santos, o Gazo, como supostas provas de um esquema de fraude que teria desviado cerca de R$ 100 mil de recursos do Fundeb (ver aqui), uma teria sido utilizada pelo prefeito da cidade, Antonio de Anízio (PCdoB), para sanar uma dívida com um agiota. Segundo Gazo, a nota nº 258, de 16 de junho de 2010, que lista diversos itens alimentícios, foi produzida para pagar os cerca de 20% de um empréstimo tomado de maneira ilegal (a agiotagem é crime no Brasil) junto a Wellington Moreira dos Santos, mais conhecido como Max. O valor da nota (ver aqui), que foi sacado e entregue ao homem apontado como agiota, conforme a denúncia feita por Gazo à PF e ao MP, é de R$ 5.515,06. O ex-fornecedor disse ter medo de ser assassinado pelo prefeito ou por pessoas citadas nos depoimentos. “Se eu aparecer morto, pode ter certeza que foi uma dessas pessoas”, afirmou. Ainda segundo Gazo, além do alcaide e seus secretários, quatro dos seis vereadores da situação estão envolvidos no esquema de desvio do dinheiro da merenda escolar em Itacaré.
Gazo (à direita) apresentou documentos que comprovariam desvio de verbas da merenda
Entre as notas fiscais apresentadas ao Bahia Notícias pelo ex-fornecedor da prefeitura de Itacaré Josemar Santos, o Gazo, como supostas provas de um esquema de fraude que teria desviado cerca de R$ 100 mil de recursos do Fundeb (ver aqui), uma teria sido utilizada pelo prefeito da cidade, Antonio de Anízio (PCdoB), para sanar uma dívida com um agiota. Segundo Gazo, a nota nº 258, de 16 de junho de 2010, que lista diversos itens alimentícios, foi produzida para pagar os cerca de 20% de um empréstimo tomado de maneira ilegal (a agiotagem é crime no Brasil) junto a Wellington Moreira dos Santos, mais conhecido como Max. O valor da nota (ver aqui), que foi sacado e entregue ao homem apontado como agiota, conforme a denúncia feita por Gazo à PF e ao MP, é de R$ 5.515,06. O ex-fornecedor disse ter medo de ser assassinado pelo prefeito ou por pessoas citadas nos depoimentos. “Se eu aparecer morto, pode ter certeza que foi uma dessas pessoas”, afirmou. Ainda segundo Gazo, além do alcaide e seus secretários, quatro dos seis vereadores da situação estão envolvidos no esquema de desvio do dinheiro da merenda escolar em Itacaré.
ITACARé: VERBA DA MERENDA COMPROU CERVEJA
Além do suposto assalto aos cofres públicos na prefeitura de Itacaré, denunciados ao Bahia Notícias com notas fiscais e documentos pelo ex-fornecedor Josemar Santos, o Gazo (ver aqui e aqui), haveria também indícios de desvio de finalidade no uso dos recursos federais do Fundeb na cidade do litoral sul baiano. Um pedido formal, em papel timbrado, assinado pela coordenadora de controle interno da prefeitura, Neila Palafoz Barreto, sugere que o dinheiro destinado a alimentar os estudantes da rede municipal de ensino foi usado na compra de bebida alcoólica em uma festa para professores. “Venho solicitar a liberação de 10(DEZ) pct [pacotes] de cerveja em lata para a Sra Airam (diretora da gestão do distrito) para os festejos do dia do professor para a prefeitura Municipal”, diz uma solicitação, emitida em 13 de outubro de 2010. Vencedor de quatro das oito licitações que previam o fornecimento exclusivo de gêneros alimentícios à prefeitura de Itacaré, entre 19 de maio e 30 de dezembro do ano passado, o supermercado Gigantão recebeu a solicitação para liberar os pacotes de cerveja, e assim o fez, colocando tudo na conta da população. Ligada ao prefeito comunista e ex-candidata do PSDB a vereadora – não teve nenhum voto – em 2008, Neila Palafoz foi procurada pela reportagem para comentar o documento, mas não foi encontrada.
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