por Evilásio Júnior
Foto: Max Haack/ Agecom
Se
depender do comandante estadual do PDT, Alexandre Brust, o prefeito de
Salvador, ACM Neto (DEM), tem "90% de chance" de deixar de ser "ficante" para firmar matrimônio com o partido governista. Após o gestor cogitar, em entrevista ao Bahia Notícias,
a possibilidade de apoiar a presidente Dilma Rousseff e o PT em 2014, o
chefe nacional pedetista, Carlos Lupi, revelou ao BN que fez um convite
para o democrata. Nesta quinta-feira (6), no programa eleitoral do DEM
na TV, ACM Neto suavizou o discurso crítico
dos oposicionistas aos governos estadual e federal. Segundo Brust, não
só a "abertura" de Neto é vista com "naturalidade" na legenda, como
também é identificada uma similaridade entre ele e Leonel Brizola. "Ele
tem vários pontos em comum. Primeiro por ser eleito prefeito de capital
aos 33 anos, como Brizola foi em Porto Alegre. Segundo, pela relação com
os governos estadual e federal", comparou, ao citar o pedido do
fundador do PDT em 1984, em plena ditadura militar, para que o Congresso
prorrogasse o mandato do ex-presidente João Baptista Figueiredo até o
período de eleição e, enquanto governador do Rio de Janeiro, o acordo
com Fernando Collor – para quem perdeu a disputa presidencial de 1989 –
que estendeu o seu projeto dos Centros Integrados de Educação Pública
(Cieps) a outras áreas do país. "A semelhança é muito grande e [o
governador Jaques] Wagner está se comportando nessa história como grande
coordenador de um projeto para todo o Brasil. Institucionalmente, é a
coisa mais importante que poderia acontecer para Salvador e para a
Bahia. São gestores que querem o bem para as suas comunidades",
complementou. Embora entusiasta da aproximação de Neto com o governo,
Brust era adversário político do falecido senador Antônio Carlos
Magalhães. "Tempos atrás, eu era anticarlista ferrenho, nos moldes do
velho. Esse menino, não. Toda legenda do mundo gostaria de ter um quadro
igual. Estendo um tapete vermelho para onde ele estiver", declamou, ao
pontuar que ele tem pouca ingerência no processo de atração. Pelo
estatuto do PDT, a negociação com detentores de mandato no Executivo tem
que ser feita pela direção nacional.
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