Raul Monteiro/Política Livre
Foto: Manu Dias/Arquivo/Agecom
Governador Jaques Wagner: tom mais impositivo que o normal para defender legado
O governador Jaques Wagner (PT) deu uma “senhora” enquadrada na cúpula petista numa reunião que convocou para o Palácio de Ondina, na última segunda-feira, para discutir a sua própria sucessão e a escolha do comando do partido em Salvador.
Logo na abertura do encontro, para o qual foram convidados representantes de todas as tendências petistas, Wagner disse que todo o PT sabe quem é seu candidato a governador para 2014, embora não tenha citado nominalmente Rui Costa, chefe da Casa Civil do governo. Nem precisava.
Wagner reafirmou seu controle sobre o processo sucessório na Bahia, descartando interferências externas que passem, por exemplo, pela presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, e ainda disse que não há hipótese de aceitar prévias para a escolha do nome do PT à sua sucessão.
Seguindo o que lhe indicam pesquisas de intenção de voto e o apelo de experientes quadros partidários, o governador também sugeriu que o partido deve escolher até o próximo dia 9 de novembro quem deve concorrer a governador no grupo. A idéia é não perder mais tempo.
Nem deixar que a oposição bote o seu bloco na rua antes do do governo. Na conversa, Wagner deixou claro também que não quer saber de briga com relação às eleições para a escolha do comando do PT em Salvador, apesar de dizer que não vai se intrometer no assunto.
Mandou, entretanto, um recado indicativo de que não quer que o partido passe por mais desgastes: – Voces se acertem!, disse. Participaram do encontro o presidente do PT, Jonas Paulo, seu virtual sucessor, Everaldo Anunciação, e os deputados federais Nelson Pelegrino, Afonso Florence e Valmir Assunção.
Os nomes representam o cardinalato petista e as quatro mais importantes correntes petistas. Houve quem, minoritariamente, deixasse o encontro descontente com o tom impositivo assumido na reunião por Wagner, fato quase inédito na relação do governador com o partido e suas principais lideranças.
Mas ninguém sequer insinuou que pretende descumprir as recomendações de Wagner.
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