Caso Mauro Ricardo: Léo Prates joga acusações no colo do PT


Por: Cíntia Kelly - Bocão News
Depois de vários dias sem sessão, a Câmara Municipal de Salvador se transformou, na tarde desta segunda-feira (11), em palco para criticas ao secretário municipal da Fazenda, Mauro Ricardo. Ele é acusado de ter mandado arquivar denúncias de desvio de dinheiro recolhido por meio do ISS na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). O rombo chega a R$500 milhões. O embate ficou entre o líder da oposição, Gilmar Santiago (PT), e o do DEM, Léo Prates - escalado por ACM Neto para defender o titula da Sefaz.


Por volta das 16h, prevendo que a sessão ia cair por causa do esvaziamento do plenário, o líder da oposição, Gilmar Santiago (PT), aproveitou o discurso de Everaldo Augusto (PCdoB) e, numa questão de ordem, trouxe o assunto à tona. O petista questionou os métodos de Mauro frente a Sefaz. “Será que ele está monitorando as grandes empresas? Como está procedendo aqui? Será que é do mesmo jeito que em São Paulo, onde ocorreu um enorme prejuízo aos cofres? Ele é secretário de uma pasta importante, tem a chave dos cofres de Salvador. Ele foi responsável por conduzir um dos projetos mais importantes vistos nesta Casa, a reforma tributária”.

O líder da bancada do PCdoB, Everaldo Augusto, apresentou um requerimento solicitando a presença de Mauro Ricardo na Câmara para explicar o suposto envolvimento com o esquema de pagamento de propina. “O silêncio e a blindagem promovidos pela Prefeitura com relação ao secretário não é a resposta que o povo espera. E as evidências nos levam, no mínimo, a exigir explicações já que ele ocupa cargo público. Além disso, o Prefeito decretou Ficha Limpa para todos os auxiliares. O povo merece uma explicação”, disse o comunista. 


Escalado pelo prefeito ACM Neto para defender o secretário da Fazenda na Câmara Municipal e envolver o PT de São Paulo na máfia do ISS, o líder do DEM, Léo Prates, usou de documentação, de reportagens veiculadas no Fantástico e de matérias publicadas na Veja para defendê-lo. Na defesa, não sobraram acusações contra o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e a ex-gestora Marta Suplicy.

Léo começou o discurso fazendo o que chama da ‘cronologia do caso’. Ele lembrou que em 29 de outubro do ano passado, o então secretário de Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo, recebeu a primeira denúncia anônima sobre a cobrança de propina; no dia 19 de dezembro, Mauro manda exonerar o então sub-secretário da Receita, Ronison Bezerra. No dia 29 de dezembro, continua narrando, Mauro Ricardo pede que a Ouvidoria arquive a denúncia por falta de provas. Em 2 de janeiro, Ronilson é nomeado pelo atual prefeito Fernando Haddad (PT) para ser diretor financeiro da SPTrans, onde gere um orçamento que gira em torno de R$600 milhões. 

'Mafia começou na épcoa de Marta Suplicy'

Segundo Prates,  25 dias depois, o controlador-geral do Município, Marcos Vinicius Spinelli, manda exonerar Ronilson. “Como se pode ver, o PT manteve no cargo o senhor Ronilson. O prefeito Haddad o nomeou e tudo começou, segundo matéria do fantástico, ainda na administração da prefeita Marta Suplicy, que é do PT, com propina cobrada por conta do IPTU”.


Ao ser questionando se seria favorável ao comparecimento de Mauro Ricardo ao Legislativo para dar explicações sobre a máfia do ISS, Léo mostrou-se contrário. “Ele não está sendo acusado de nada. Ele é secretário da fazenda e não tem nada contra ele”. Ao ouvir a defesa de Léo, Arnando Lessa (PT), provocou: Ele é responsável, porque foi ele quem indicou os assessores. De pronto, Léo fez o que Neto orientou. Remexeu o histórico do PT. “Então você acaba de esclarecer o assassinato de Neylton (assassinado nas dependências da Secretaria de Saúde), de Erenice Guerra e do mensalão”.

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