Do blog de Ilhéus o "Profeta da Política
O Profeta da Filosofia?
Após escrever dois textos nessa coluna intitulada “O profeta da Filosofia” textos estes que tiveram como intenção refletir filosoficamente e desta forma justificar a afirmação de Kant “ não se ensina filosofia, se ensina a filosofar” resolvi explicar a cerca do objetivo da coluna e para tal começo discorrendo sobre o titulo da coluna “ O profeta da filosofia”.
A palavra profeta, aqui empregada, não tem relação com os profetas maiores da Bíblia, mas uma aproximação da palavra grega prophetes, significa aquele que expõe, fala sobre certo assunto, então “O profeta da filosofia” fala, expõe sobre filosofia. Já a palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.
É comum ler textos e não ter ideia do contexto histórico do que se ler, e para não cair nesse erro, o de não saber o contexto histórico da filosofia, (objeto primeiro de analise da coluna) farei um breve relato do surgimento da filosofia grega a partir das seguintes perguntas. Onde? Como? Quando? ? E por fim qual a utilidade da filosofia?
Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia por volta do século VI (ou VII) a.C. Por meio de longo processo histórico, surge promovendo a passagem do saber mítico ao pensamento racional, sem, entretanto, romper bruscamente como todos os conhecimentos do passado. Durante muito tempo, os primeiros filósofos gregos compartilhavam de diversas crenças míticas, enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia.
Se considerarmos filosofia a atividade racional voltada à discussão e à explicação intelectualizada das coisas que nos circundam, tem-se o século VI como a data mais provável da origem da filosofia. Nessa época temos a instituição da moeda, do calendário e da escrita alfabética, a florescente navegação, que favoreceu o intenso contato com outras culturas, esses acontecimentos propiciaram o processo de desdobramento do pensamento poético em filosófico.
De acordo com a tradição histórica, a fase inaugural da filosofia grega é conhecida como período pré-socrático. Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até Sócrates (468-399 a.C.).
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de qualquer coisa, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a religião; pode pensar a arte; pode pensar o próprio homem em sua vida cotidiana. Até mesmo uma história em quadrinhos ou uma canção popular podem ser objeto da reflexão filosófica.
A filosofia parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida.
O trabalho do filósofo é refletir sobre a realidade, qualquer que seja ela, redescobrindo seus significados mais profundos. A filosofia quer encontrar o significado mais profundo dos fenômenos. Não basta saber como funcionam, mas o que significam na ordem geral do mundo humano. A filosofia emite juízos de valor ao julgar cada fato, cada ação em relação ao todo. Assim, filosofar é uma prática que parte da teoria e resulta em outras teorias.
Desse modo, embora os sistemas filosóficos possam chegar a conclusões diversas, dependendo das premissas de partida e da situação histórica dos próprios pensadores, o processo do filosofar será sempre marcado pela reflexão rigorosa, radical e de conjunto.
MANOEL LOPES
Itarantiense , Professor de filosofia no ensino fundamental I,II e médio em Ilhéus e Canavieiras.
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