Foto: Emerson Nunes / Politica Livre/ Arquivo
Otto Alencar, o aliado de primeira hora de Wagner e Rui
Ao antecipar o apoio de seu partido, o PSD, a Rui Costa, candidato do PT ao governo, Otto Alencar calou a boca de muitos políticos, principalmente governistas, que se habituaram a questionar sua lealdade ao governador Jaques Wagner.
Desde que o atraiu para a chapa da reeleição, em 2010, colocando-o, ainda no PP, no lugar do vice peemedebista com que ganhou o governo pela primeira vez, Wagner ouvia frequentemente de muita gente que Otto não era confiável.
E que, na primeira oportunidade, passaria por cima dele e do PT. Espalhavam que Otto queria ser candidato a governador e não aceitaria uma nova candidatura a vice ou ao Senado jamais.
Não é o que ocorre exatamente agora, quando Wagner mais precisa de apoio para seu candidato Rui Costa, uma verdadeira incógnita eleitoral.
Embora se questione a existência da generosidade na política, Otto não deu outra demonstração ao levar o PSD para o colo do candidato do PT. Não há quem duvide, na Bahia, que Otto seja melhor candidato ao governo que Rui.
E que suas chances de eleger-se seriam infinitamente maiores que as do petista. Nem Wagner questiona o fato, embora tenha feito uma opção partidária e extremamente pessoal ao escolher Rui para sucedê-lo.
Mas, ao invés de confrontar o governador, como fizeram até os petistas que Wagner diretamente ajudou e ainda fazem outros aliados, Otto preferiu estender-lhe a mão, apoiando Rui e anunciando também que disputará o Senado.
Secretário estadual de Infraestrutura, Otto colocou seu PSD na condição de primeiro aliado de Rui. Para oficializar o ato, fez uma festa que, segundo observadores, colocou a do PT em que Rui foi escolhido no chinelo.
Se Rui se eleger e for grato, saberá recompensá-lo, naturalmente, mas o mais importante na atitude de Otto foi saber diferenciar-se rapidamente frente aos demais partidos da base, tão contemplados quanto ele na administração Wagner.
A decisão de disputar o Senado resolve um primeiro problema para Rui, além de demonstrar confiança na sua candidatura. Imagine se Otto refugasse ou anunciasse que preferia disputar uma vaga de deputado estadual ou federal.
É claro que a relativa autonomia eleitoral da disputa ao Senado representa mais segurança para Otto que a candidatura do vice, que pode se eleger ou afundar junto com o candidato ao governo.
Fato é que um aliado assim não pode mesmo ser desconsiderado, podendo assumir missões que ainda nem se desenham no cenário político e eleitoral baiano um ano antes da eleição. É aguardar para ver.
Raul Monteiro
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