ROBSON DANTAS: O ENTREVISTADO DA SEMANA

LIXO URBANO:  

UM DESAFIO DE TODOS 

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, além proporcionar melhoria de vida na comunidade, poderá gerar emprego e renda com a reciclagem. Numa entrevista para o BLOG ALERTA ITARANTIM, Robson Dantas, secretário municipal de meio ambiente e diretor de meio ambiente do território médio sudoeste, falou dos desafios do município na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, e da necessidade de conscientização de todos os segmentos sociais acerca da gravidade, urgência e compartilhamento das ações em torno do tema.  

ALERTA ITARANTIM – O que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos?  

ROBSON DANTAS – Primeiro temos que esclarecer o que são resíduos sólidos. Na verdade é o lixo resultante da atividade doméstica e comercial das cidades. Quanto a essa política, é um instrumento importante que vai permitir o avanço necessário do país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado de todo tipo de lixo (rejeitos) que produzimos enquanto consumidores ou empresários de todas as áreas , compartilhando com todos a responsabilidade ambiental que antes era somente do poder público. Essa política também cria diretrizes para a gestão de forma adequada de todo o lixo produzido em nosso município, inclusive o lixo hospitalar. Incentivando a coleta seletiva, a reciclagem e a eliminação dos lixões. 

ALERTA ITARANTIM – Como o prefeito Paulo Fernandes observa essa política no sentido de solucionar a questão?  

ROBSON DANTAS – O prefeito sabe do grande desafio de mudar alguns procedimentos que há décadas vem sendo adotados quanto à forma de destinação, tanto que, uma de suas primeiras iniciativas foi a construção do aterro controlado, que ainda não é o definitivo, mas que já melhorou bastante a situação crítica que encontramos no inicio do governo. Sabemos que é um grande desafio, e o prefeito está atento. Individualmente, a prefeitura não têm como arcar com isso sozinha, por isso estamos articulando o município no Consórcio territorial de Desenvolvimento Sustentável, do território Médio Sudoeste em consonância com a política nacional e estadual.  

ALERTA ITARANTIM – Quais aspectos são mais difíceis de serem implantados em pequenos municípios como Itarantim? 

ROBSON DANTAS – No Brasil, os resíduos sólidos ainda são um dos principais problemas ambientais, e os municípios precisam ter capacidade financeira e estrutural para operacionalizar a governança pública em face à gestão integrada de resíduos sólidos. Por isso, é importante destacar a utilização constante de programas e projetos de educação ambiental com foco na sustentabilidade, usando todo o potencial que temos, como os professores, agentes de saúde, sociedade civil organizada e todos que desejarem ser atores neste grande desafio. 

Aqui em nosso município já estamos trabalhando no plano municipal de resíduos sólidos, com a implantação da coleta seletiva em  parceria com a universidade estadual do sudoeste da Bahia UESB .Acredito que no espaço, consórcio público do médio sudoeste, juntos com os demais municípios temos mais força para conseguirmos os recursos que precisamos.  Criamos o Conselho Municipal de Meio Ambiente e estamos trabalhando um amplo programa para envolver as entidades civis e públicas num diálogo mais aproximado com a população.   

ALERTA ITARANTIM – O senhor acredita ser possível uma Inclusão socioeconômica a partir da gestão de resíduos por meio da coleta seletiva para reciclagem? 

ROBSON DANTAS – Sim, é possível a geração de trabalho e renda na gestão dos resíduos sólidos com a coleta e comercialização dos materiais recicláveis. Assim a própria prefeitura em parceria com as entidades civis poderão criar empreendimentos econômicos e solidários para gerar emprego e renda.  

ALERTA ITARANTIM – Por fim, o secretário esteve na câmara de vereadores debatendo o assunto. Como pretende desenvolver uma  campanha institucional mais ampla para incentivar a população? 

ROBSON DANTAS – Acredito que a responsabilidade não é só da prefeitura e sim compartilhada; a câmara de vereadores também deve assumir o papel orientador e provocador no processo de diálogo com ações articuladas com a sociedade, valorizando a participação social em reuniões conjuntas, que deverão ser preparadas, organizadas e convocadas pelos agentes públicos com a ajuda e participação dos representantes da comunidade para o desenvolvimento do plano. Portanto, os vereadores também são responsáveis por todo o processo de mobilização e participação social. Aproveito e convido, não só os vereadores, e sim todos os setores sociais para conhecer e ajudar no estabelecimento dessa política. Pois aqui não se trata de política de governo, trata-se de política pública  que traz benefícios para toda a comunidade.