O ministro dos Portos e ex-governador da Bahia, César Borges, vai deixar o PR, partido que protagonizou nos últimos meses cenas para nenhum cineasta, como o norte-americano Francis Ford Coppola, colocar defeito.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Borges estaria retado com a cúpula do partido, "comandado" atualmente pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto, que estava preso no Complexo da Papuda e foi transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), na capital federal. Costa Neto exigiu a demissão de Borges do Ministério dos Transportes em troca do apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O ex-mandatário baiano já teria comunicado a decisão a aliados e agora deve formalizar a desfiliação da sigla.
Borges foi realocado nos Portos como prêmio de consolação pelos serviços prestados em sua pasta original. Ele deve permanecer no cargo na cota pessoal de Dilma. A demissão do Ministério dos Transportes não foi a única humilhação imposta pelo PR ao político. O PR também cassou seus poderes no diretório estadual, onde foi impedido até de negociar alianças eleitorais.
O PR na Bahia acabou mantendo a aliança com os governistas, após duro embate entre os deputados federais João Carlos Bacelar e José Rocha, atual presidente estadual da sigla. Bacelar, que pensou em levar o PR para chapa oposicionista, liderado por Paulo Souto (DEM), levantou a bandeira branca e resolveu continuar ao lado dos governistas e declarou apoio ao candidato petista Rui Costa.
Ainda conforme o diário paulista, um cacique da legenda chegou a desdenhar ao saber da saída de Borges ao dizer que “a porta da rua é serventia da casa”, segundo a Folha.
Já o destino de Borges ainda não é certo. A reportagem tentou entrar em contato com o ministro, mas as ligações foram recusadas.
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