As três representações assinadas por filiados ao PT pedindo a expulsão de seis dos nove vereadores do partido na Câmara de Salvador só serão apreciadas pelo conselho partidário após as eleições de outubro. A afirmação é do presidente municipal da sigla, Edson Valadares.
Procurado pelo Bocão News, Valadares explicou o tramite do processo que pode deixar sem legenda Moisés Rocha, Henrique Carballal, Carlos Suíca, Arnando Lessa, J. Carlos Filho e Alcindo de Anunciação. Todos votaram a favor do projeto de lei do Executivo que desafetou 59 imóveis na cidade, contrariando resolução do partido.
Segundo Valadares, a Executiva acolheu as representações em reunião há duas semanas. Os nomes dos autores das representações não foram revelados à reportagem. Após as eleições, o conselho composto por oito integrantes – nenhum deles faz parte da executiva e nem do diretório – dará parecer favorável ou contrário a expulsão. Em seguida, será submetido ao Diretório Municipal, que tem 44 integrantes. Caso a decisão seja pela expulsão, os seis infiéis poderão recorrer a instancia superior, o Diretório Estadual.
Edson Valadares explicou que durante meses o PT discutiu o projeto junto à sociedade. Foi retirada uma resolução e apresentada a promotora do Meio Ambiente Hortensia Pinho. O Ministério Público teria feito alguns questionários á prefeitura sobre o projeto e teve respostas vagas. A partir daí, o MP entrou com ação civil pública contra a gestão municipal. “O PT é co-autor desse processo. Foi definido na instância partidária que a bancada deveria votar contra”, revelou Edson Valadares.
Procurado pelo Bocão News, Moisés Rocha contestou Edson Valadares e o acusou de, ao invés de concentrar forças na campanha eleitoral deste ano, “tentar tensionar com vereadores em um momento de disputa tensa”.
Moises disse, ainda, que pretende, após as eleições, levar para a imprensa documentos e testemunhas que vão de encontro ao que Valadares diz. “Como vereador vou continuar buscando negociar, aprimorar os projetos, beneficiar determinados segmentos da sociedade. Edson, que não foi eleitor presidente, mas foi colocado lá por acordo, está sendo indelicado”, assinalou.
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