De R$ 0,64 a R$ 15,07 por voto, saiba quanto os deputados estaduais eleitos gastaram
por Luiz Fernando Teixeira
Bruno Reis e Sandro Régis estão entre os que mais gastaram l Foto:Bahia Notícias
Durante a campanha das eleições de 2014, uma polêmica que se criou foi o alto custo para se eleger deputado estadual na Bahia. O quase ex-deputado Carlos Gaban (DEM), que não concorreu à reeleição, chegou a afirmar que eram necessários R$ 2,6 milhões para isso. Pelo menos de acordo com os números oficiais divulgados na prestação de contas, o valor não chega a ser tão grande assim. Marcelo Nilo (PDT), que teve 148.690 votos, arrecadou e desembolsou a mesma quantia: R$ 1.166.955,79, o que equivale a um custo médio de R$ 7,84 por eleitor. Destes, R$ 445,3 mil foram originários do Bradesco. Pastor Sargento Isidório (PSC) gastou R$ 1,77 para cada um dos 123.234 votos que, pois suas receitas e despesas foram de R$ 219.276,53 – R$ 56.530,00 do próprio bolso e a maior doação foi da Braskem, com R$ 20 mil. Soldado Prisco (PSDB) teve 108.041 eleitores a um custo médio de R$ 0,64 – dos R$ 69.195,00 que arrecadou e gastou, a maior contribuição veio da construtora OAS, através do diretório do seu partido, R$ 15 mil. Rogério Andrade (PSD) arrecadou R$ 495.768,77 e conseguiu 96.550 votos – R$ 5,13 por cabeça, graças à R$ 80 mil da Imperial Turismo e Eventos e R$ 65 mil da construtora MRM. Fábio Souto (DEM) precisou de R$ 1.389.692,31 (apenas R$ 38,77 a mais do que arrecadou) para conseguir 92.170 votos. Os R$ 15,07 necessários para cativar cada eleitor individualmente - maior entre os 10 eleitos - foram obtidos através de doações da GPS Predial Sistemas, Bradesco e CRB5, que contribuíram com R$ 195 mil, R$ 150 mil e R$ 150 mil, respectivamente. Os R$ 887.096,10 que Bruno Reis (PMDB) arrecadou e gastou para os 89.607 votos equivalem a R$ 9,89 por pessoa. Grande parte se deve aos R$ 200 mil que recebeu da Companhia Rio Grandense de Valorização de Resíduos, através do diretório nacional. Zé Neto (PT) teve verba de R$ 757.032,75 e obteve 88.817 votos, o que equivale a um custo médio de R$ 8,52. Desse total, R$ 220 mil foram doados pelo próprio deputado, número que sozinho supera todo o arrecado pelo seu correligionário Zé Raimundo (PT), que teve 84.969 votos. Este fez campanha com R$ 90.029,33, custo médio de R$ 1,05 (as maiores doações foram da LN Construtora, com R$ 25 mil, e de Jackeline Siqueira Dantas e MJR Serviços de Segurança, com R$ 24 mil cada). Sidelvan Nóbrega (PRB) economizou R$ 198,28 dos R$ 232.965,00 que obteve para conseguir seus 83.901 votos. Com a ajuda de doações do diretório nacional do seu partido, “pagou” R$ 2,77 pelos seus votos. Por fim, Sandro Régis (DEM) obteve 83.355 votos e conseguiu poupar R$ 106,28 dos R$ 1.065.077,06 que arrecadou. Destes, R$ 300 mil foram doados pela construtora Norberto Odebrecht , Ponto Veículos e a Cervejaria Petrópolis, dona da Itaipava. Cada voto dele custou R$ 12,77 – segundo mais alto entre os dez mais votados da Bahia.
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