Depois de muito tempo o Flamengo volta a ganhar do Vasco. Será que esse ultimo clássico entra no Top 10 Clássico dos milhões ?
Por Manoel Lopes.
Neste último sábado(25) o Flamengo voltou a ganhar
do Vasco, isso depois de nove partidas, derrotas e empates, a euforia dos
flamenguistas é tão grande que a comemoração parece ser de uma conquista da
Taça Libertadores da América. A rivalidade Vasco x Flamengo parece ter voltada
com bastante intensidade ou os flamenguistas estão sem perspectivas de maiores conquistas futuras? Elenquei os dez mais eletrizantes clássicos entre Vasco x
Flamengo na perspectiva do comentarista Luiz Neto. Ficando a Duvida: esse
ultimo clássico entraria na lista?
" (...)Companheiro
inseparável deste vascaíno nos clássicos até a década de 90, meu pai conta que
na estreia do Almir Pernambuquinho pelo Vasco contra o Fla, em meados de 59, a
torcida derrubou os portões para ver o “Divino delinquente”, como o craque
era chamado por Nelson Rodrigues. Tinha mais público, segundo o velho, do que a
final entre Brasil e Uruguai, em 50, com 200 mil espectadores. Vasco x
Flamengo, o "Clássico dos milhões", era quase sempre emoldurado
com cem mil pagantes para cima, o que rendeu ao jogo a alcunha de
"Clássico dos milhões". Uma partida para quem tem nervos de
aço. A hora de ver quem tem mais garrafa vazia para vender, como dizia o Seu
Luiz Júnior. A seguir, os dez mais eletrizantes que testemunhei da saudosa
arquibancada de concreto do estádio Mário Filho (...). Luiz Neto.
1 – O LADRILHEIRO. O Vasco precisava ganhar três
vezes do Fla para se tornar o campeão carioca, em 81. Na primeira, eu conferi a
vitória por 2 X 0, com dois gols de Roberto. Na segunda, numa quarta de noite,
eu não estava, mas o meu pai viu a bola parar na poça, aos 44 do segundo tempo,
para o mesmo Dinamite marcar 1 x 0. No terceiro jogo e mais cheio Vasco x Fla
que eu estive, mais de 160 mil pagantes – só quem esteve por lá com um público
superior a 150 mil sabe da sensação que se tinha – se espremiam para ver a
vitória rubro-negra por 2 x 1. Nessa época a arquibancada era meio a meio no
“Clássico dos milhões”, sem cordão de policiamento dividindo. Mas dessa vez não
teve jeito. A massa vascaína foi chegando para o lado e tomou a maior parte da arquibancada.
No final, na hora da pressão cruzmaltina, o famoso ladrilheiro invadiu o campo
e o jogo acabou.
2 – ZICO X ROBERTO. Final do Carioca, 1982. Estádio
superlotado outra vez para ver mais um duelo entre Zico e Roberto. O Fla, assim
como no ano anterior, em campo com o melhor time de sua história, que acabara
de papar tudo quanto é títulos. Menos esse. Escanteio em favor do time da
colina e gol – que ainda hoje não se sabe se foi olímpico ou do jogador
Marquinhos de cabeça. Vasco 1 x 0 até o final. Com 13 anos, eu comprava o vinil
que tenho guardado até hoje com a gravação de todos os gols da campanha.
3 –
ANTÔNIO LOPES BURRO - PARTE I. Final do Carioca de 86, Maracanã
entupido de novo. Com o velho no Panamá, carreguei a matriarca Dona Lúcia pela
primeira vez para o maior do mundo. No intervalo do jogo, com o placar de 0 x
0, o técnico do Vasco Antônio Lopes saca o Geovani do time. O craque havia
feito excelente primeiro tempo. Final da partida, 2 x 0 no placar para o Fla e
a torcida rubro-negra comemora aos gritos de: “Eh, Antônio Lopes, Antônio
Lopes, Antônio Lopes, burro”.
4 – ANTÔNIO LOPES
BURRO, PARTE II. Maraca botando pelo ladrão mais uma vez para ver a final do
carioca de 87. A torcida vascaína solta um balão japonês antes do jogo que cai
(e queima) inacreditavelmente dentro do gol, embaixo da torcida do Fla.
Comemoração tão forte quanto a que veio depois do balaço de Tita, que estufou a
rede rubro-negra. Final: 1 x 0 para o Vasco com um detalhe: o Lopes dessa vez
era o técnico do Mengo e a torcida cruzlmaltina não perdoou: “Eh, Antônio
Lopes, Antônio Lopes, Antônio Lopes, burro”.
5 – INESQUECÍVEL. O coordenador da rádio que eu
trabalhava, a FM O Dia, avisou: quem fosse com camisa de clube seria demitido.
Nós jogaríamos a preliminar (FM O Dia contra RPC) da semifinal do brasileirão
de 97. No vestiário, um amigo mostrou o manto debaixo da camisa e logo me
arrependi de não ter ido com o meu. Empate em 6 x 6, o juiz apita o final do
jogo e pegamos o troféu. Com o meu camarada já de camisa do Vasco, partimos em
direção a Força Jovem para delírio do Maracanã. Até o meu coordenador foi
junto! Mas o melhor ainda estava por vir. Da tribuna de honra, assistimos ao show
de Edmundo e uma vitória inesquecível do Vasco por 4 x 1.
6 – CHAMOU PARA
DANÇAR. Saímos de
Teresópolis em cima do laço para o início do clássico, em 1990. Eu, no volante,
e uma rapaziada animada acelerávamos para ver a estreia do Bebeto contra o
Flamengo. Depois de muito sacrifício e quase atropelar um caminhão para entrar
na Radial Oeste, pisamos no Macaranã. No exato momento que o Bebeto chamou o
zagueiro André Cruz para dançar com o famoso “drible lambada”. Um corte pra lá,
outro pra cá e pimba: Gol. Final: Vasco 2 X 1.
7 - PET CRUEL. Não tem como não citar essa
verdadeira tragédia para vascaínos e momento épico para rubro-negros, na final
do Carioca de 2001. Quando o Pet ajeitou eu avisei para o meu parceiro.
“Tivemos todas as chances e não matamos o jogo. Agora, amigo, se entrar não
reclama”. Fatídico!
8 – BOM, XIBOM,
XIBOM, BOM, BOM. Era domingo de Páscoa, final da Taça Guanabara, 1999. O Eurico
Miranda mandou distribuir 40 mil ovos de páscoa para a torcida do Vasco, na
entrada do Maracanã. O resultado? 5 x 1 para o alvinegro com 3 gols de Romário,
embaixadinhas de Pedrinho e três canetas do Felipe. Ao final da comemoração, no
antigo Biruta (um bar na Barra) encontro o maestro da camisa 6, repito a música
da arquibancada: “Bom xibom, xibom, bom, bom, CINCO A UM” e ele ri bastante.
9 – AO SOM DE KENNY
G. Num Vasco e
Fla lotadíssimo pelo brasileiro de 1992, o Bebeto fez três gols na vitória
vascaína por 4 x 2. Mas o que marcou foi um filme feito depois com uma câmera
exclusiva focada no camisa 7 que tinha fama de chorão, com um fundo musical do
Kenny G. Eu gravei e, durante anos, quem entrava lá em casa tinha que assistir.
10 – COCADA. Não foi muito marcante esse
jogo para mim, até porque o Vasco já era campeão com o empate, em 1988. O
Cocada não fez, como muitos dizem, o gol do título. Mas o jogo entra na lista
pelo conjunto da obra na época. Sair de casa sabendo que o Vasco tinha Geovani
e Romário no mesmo time era certeza absoluta da vitória. A caminho do estádio,
eu sempre lembrava das minhas peladas. Era como se o cara que ganhasse o par ou
ímpar, pudesse escolher primeiro os dois melhores. Não tinha mesmo como perder.
Bons tempos!
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