Montagem: Bahia Notícias
Os ministros do Superior Tribunal de Justiça Humberto Martins, atual vice-presidente da Corte, e Benedito Gonçalves foram citados nas negociações de delação premiada da OAS com procuradores da Operação Lava Jato. Ambos são apontados como beneficiários de recursos por atuação no tribunal a favor da empreiteira. De acordo com a Folha, os executivos afirmaram que o dinheiro foi repassado para Martins por meio de seu filho, Eduardo Filipe, que também teria se beneficiado - ele tem um escritório de advocacia em Brasília e atua em causas junto ao STJ. Gonçalves apareceu em um relatório da Polícia Federal devido à proximidade com Léo Pinheiro, sócio da OAS preso em Curitiba. Investigadores já interceptaram troca de mensagens do celular de Pinheiro em 2014 em que pergunta ao ministro se iria ao aniversário do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Na conversa, ambos marcaram encontro no Rio de Janeiro. "Léo Pinheiro mantinha contatos frequentes com o ministro Benedito Gonçalves, a ponto de o mesmo solicitar atendimento para seu filho, tendo Léo Pinheiro escalado para tal tarefa o advogado da OAS, Bruno Brasil", concluiu relatório da Polícia Federal. Após as revelações, a relação entre o empreiteiro e o magistrado se tornou alvo de uma investigação sigilosa no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Pessoas envolvidas nas negociações informaram à publicação que o número de delatores ligados à empreiteira pode chegar a 50, entre eles Pinheiro, César Mata Pires Filho e Antonio Calros Mata Pires. Se o acordo for firmado, a OAS será a primeira empresa a envolver o Judiciário na Lava Jato. Ainda segundo a Folha, a OAS promete delatar também a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro e advogada, Adriana Ancelmo, que cumpre prisão domiciliar. Neste caso, os fatos se referem à atuação de Adriana junto ao Judiciário para favorecer a empreiteira. Em resposta às acusações, o ministro e vice-presidente do STJ, Humberto Martins, disse por meio da assessoria de imprensa do tribunal que "não tem relacionamento pessoal ou profissional com funcionários da OAS". "O ministro já se declarou impedido de julgar os processos em que parentes de até terceiro grau atuem como advogados das partes, de acordo com o estabelecido pela lei". A assessoria do STJ disse, por outro lado, que o ministro Benedito Gonçalves não foi encontrado para comentar o assunto. Já a assessoria de Eduardo Filipe Martins, filho de Humberto Martins, afirmou que ele "nunca advogou para a OAS nem mantém relacionamento pessoal com funcionários desta empresa". A defesa de Adriana Ancelmo não quis se pronunciar, assim como os advogados da OAS.
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