Um asteroide do tamanho de uma casa vai passar raspando pelo nosso planeta no dia 12 de outubro de 2017, segundo a Agência Espacial Europeia. O objeto espacial vai passar a uma distância de 44 mil km da Terra. Essa distância é 1/8 da órbita da lua, que passa a 380 mil km do nosso planeta.
“Sabemos com certeza que não há possibilidade do objeto atingir a Terra”, diz Detlef Koschny, que faz parte do grupo de pesquisadores de “Objetos Próximos da Terra” da Agência Espacial Europeia (ESA). “Não há perigo algum”, reitera.
O asteroide é chamado 2012 TC4, e passou pela Terra em 2012 a uma distância de 88 mil km e desapareceu de vista. Ele tem entre 15 e 30 metros de diâmetro, e viajava a uma velocidade de 14km/s quando foi avistado.
Na época, astrônomos esperavam que ele voltasse a passar perto da Terra, mas não sabiam quão perto.
Agora, o Very Large Telescope do European Southern Observatory (ESO), no Chile, conseguiu localizar novamente o asteroide, a 56 milhões de km de distância de nós e determinar sua trajetória.
“Está bastante próximo”, diz Rolf Densing, que lidera o European Space Operations Centre em Darmstadt (Alemanha).
Essa proximidade toda pode ser uma oportunidade perfeita para testar o sistema de defesa da Terra, que no momento está mais focado em alertas precoces do que em desvios de asteroides.
Uma nota da ESA diz que observar os movimentos do TC4 é “uma ótima oportunidade para testar as habilidades internacionais de detecção e acompanhamento de objetos próximos da Terra e analisar nossa habilidade de respondermos juntos a uma ameaça real de um asteroide”.
Asteroides são corpos que sobraram da formação do nosso sistema solar há 4,5 milhões de anos. Apesar de haver milhões deles, a maioria está em um cinturão entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Um asteroide pouco maior que TC4, de 40 metros de diâmetro, causou o maior impacto recente na Terra quando caiu na Sibéria em 1908. Em 2013, um meteoro de 20 metros explodiu na atmosfera acima do centro da Rússia, e a energia resultante da explosão foi de 30 bombas atômicas de Hiroshima.
A onda de choque resultante quebrou janelas de quase 5 mil prédios, e os estilhaços machucaram mais de 1.200 pessoas. O asteroide pegou todo mundo desprevenido.
Se um objeto do tamanho do TC4 entrasse na atmosfera da Terra, poderia ter um efeito parecido com o evento de 2013, segundo a ESA. A diferença é que o meteoro daquele ano era um pedaço de cometa e era constituído de gelo, por isso se dissipou na atmosfera. Já o asteroide é formado de material sólido, em sua maioria ferro, por isso não se despedaçaria com a mesma facilidade.
Caso o asteroide TC4 fosse se chocar com a Terra, a agência espacial teria que enviar um alerta para que a população da região próxima ao impacto ficasse longe das janelas para evitar ferimentos com vidro.
Densing, que já criticou a falta de defesa da Terra em caso de algum impacto com asteroide, diz que está tranquilo em relação a este. “Porém, ele nos faz pensar sobre o que vai acontecer da próxima vez. Eu ficaria mais confortável se nós tivéssemos mais tempo de preparação”, diz ele. [Phys.org]
Relembre o impacto do meteoro na atmosfera sobre a Rússia em 2013:
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