de LÁ pra CÁ

O APOCALIPSE CARIOCA:

e a "Ração Humana" do prefeito de São Paulo.

Sabemos que a cidade do Rio de Janeiro está vivendo o que chamam de “apocalipse”. Disso o Grupo Globo se encarrega e faz perfeitamente dia após dia. Enquanto em São Paulo, a cidade mais rica do Hemisfério Sul, o atual prefeito, que outrora pensou em transformar a miséria brasileira em atração turística, não leva em conta os avanços obtidos nas últimas décadas no campo da segurança alimentar com as políticas públicas de combate à fome e a desnutrição, e lança um programa com produtos que seriam lixo, que a indústria teria de pagar para se livrar, como “Ração Humana” para alimentar a população mais pobre. Ou seja, os mais pobres estão condenados a comer o lixo.

A política de “Ração Humana” que pretende o prefeito de São Paulo, tratar-se-á de um retrocesso de 15 anos nas ações de combate à fome. Uma proposta que além de absurda, é lamentável. Pois o Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo emitiu nota em que se manifesta contrário ao projeto do prefeito de produzir um granulado nutricional a partir de sobras de alimentos que seriam descartados pela indústria ou comércio — ou seja, lixo.

O programa de Dória contraria os princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada, como afirma o CRN-3 de São Paulo. Aliás, o prefeito de São Paulo que se nos apresenta tão capaz, preparado e realizador, comete um equivoco atrás do outro no pouco tempo que passa na prefeitura daquela cidade: primeiro quis transformar São Paulo num playground com o programa de zeladoria, onde artistas e pessoas em situação de rua foram duramente penalizados; depois quis apagar a Cracolândia da paisagem urbana com medidas autoritárias, sem levar em conta a condição humana. Agora, essa infeliz e absurda “Ração Humana”...          

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Por fim, no Rio de Janeiro, o bispo Clivella não enxerga o bloco de sujo que não tem fantasia. Sem fé, não tem ele (o bispo) a alegria de celebrar a vida no seu ritualístico altar universal; em São Paulo, com outras semelhantes ambições, João Dória, o homem do LIDE, não enxerga os pobres marginalizados como dignos de participar de seu piquenique na idealizada cidade linda. Tudo isso diante a incapacidade do gabiru pequeno entocado no Palácio do Jaburu, em Brasília. Ração Humana, pra quem?

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PROSEANDO: Mesmo com o bolso vazio, o sapato apertado e a corda no pescoço, minhas vergonhas, meu senhor, eu cubro com papel barato e lanço no tempo imaginado. Meu patrimônio é cultural, meu senhor, não me leve a mal. Por isso, com o pires na mão clamo a viver longe dos males da ignorância a qual tão perto vivo. Meu patrimônio é cultural, meu senhor, não me leve a mal...