A felicidade?
Por Manoel Lopes
O que é pois a felicidade?
Uma pergunta um tanto quanto profunda e que de forma imediata nos remete a respostas variadas. Por exemplo, se direciono essa pergunta a um capitalista genuíno, acredito que a resposta seria: poder de compra, acúmulo de bens. A um alcoólatra seria uma morte por coma alcoólico. Já um extremista radical de direita no Brasil, a maior felicidade seria o Bolsonaro Presidente do Brasil. E, por ai vai o relativismo das respostas.Por isso, quero me ater a Aristóteles. O que seria a felicidade para o velho e bom filósofo grego?
Uma pergunta um tanto quanto profunda e que de forma imediata nos remete a respostas variadas. Por exemplo, se direciono essa pergunta a um capitalista genuíno, acredito que a resposta seria: poder de compra, acúmulo de bens. A um alcoólatra seria uma morte por coma alcoólico. Já um extremista radical de direita no Brasil, a maior felicidade seria o Bolsonaro Presidente do Brasil. E, por ai vai o relativismo das respostas.Por isso, quero me ater a Aristóteles. O que seria a felicidade para o velho e bom filósofo grego?
A felicidade tem, por conseguinte, as mesmas fronteiras que a contemplação, e os que estão na mais plena posse desta última são os mais genuinamente felizes, não como simples concomitante mas em virtude da própria contemplação, pois que esta é preciosa em si mesma. E assim, a felicidade deve ser alguma forma de contemplação.
Mas o homem feliz, como homem que é, também necessita de prosperidade exterior, porquanto a nossa natureza não basta a si mesma e para os fins da contemplação: nosso corpo também precisa de saúde, de ser alimentado e cuidado. Não se pense, todavia, que o homem para ser feliz necessite de muitas ou de grandes coisas, só porque não pode ser supramente feliz sem bens exteriores. A autossuficiência e a ação não implicam excesso, e podemos praticar atos nobres sem sermos donos da terra e do mar. Mesmo desfrutando vantagens bastante moderadas pode-se proceder virtuosamente [...]. E é suficiente que tenhamos o necessário para isso, pois a vida do homem que age de acordo com a virtude será felicidade[...]
E assim, as opiniões dos sábios parecem harmonizar-se com os nossos argumentos. Mas, embora essas coisas também tenham certo poder de convencer, a verdade em assuntos práticos percebe-se melhor pela observação dos fatos da vida, pois estes são o fator decisivo. Devemos, portanto, examinar o que já dissemos à luz desses fatos, e se estiver em harmonia com eles aceitá-lo-emos, mas se entrarem em conflito admitiremos que não passa de simples teoria.
Ora, quem exerce e cultiva a sua razão parece desfrutar ao mesmo tempo a melhor disposição de espírito e ser extremamente caro aos deuses. Porque, se os deuses se interessam pelos assuntos humanos como nós pensamos, tanto seria natural que se deleitassem naquilo que é melhor e mais afinidade tem com eles (isto é, a razão), como que recompensassem os que a amam e honram acima de todas as coisas, zelando por aquilo que lhes é caro e conduzindo-se com justiça e nobreza. Ora, é evidente que todos esses atributos pertencem mais que a ninguém ao filósofo. É ele, por conseguinte, de todos os homens o mais caro aos deuses. E será, presumivelmente, também o mais feliz. De sorte que também neste sentido o filósofo será o mais feliz dos homens...
Então esse é o mais alto objeto da filosofia, a saber: a busca pela felicidade. Ser feliz exige de nós um equilíbrio constante, mediado pela razão e conquistado pela contemplação.
E para você querido leitor o que é a felicidades?
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