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Agravam o cenário os programas sociais do governo federal, que há mais de oito anos não têm reajuste. Como as UPAs, que o governo faz e congela os repasses
Os municípios brasileiros estão em ebulição, os pequenos, mais. No próximo ano tem eleição para prefeito e isso agita as emoções nos quatro cantos. Tudo normal, sempre foi assim. O anormal é o crescente desencanto dos que lá chegam bem intencionados com as pedras do caminho.
Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), conta que a queixa é grande, principalmente dos pequenos, os 0.6, o piso da escala de repasses do FPM, pouco mais de R$ 500 mil, a grande maioria na Bahia e no Brasil.
— Muitos herdam planos de cargos e salários incompatíveis. E fica difícil.
Agrava o cenário os programas sociais do governo federal, que há mais de oito anos não têm reajuste. Como as UPAs, que o governo faz e congela os repasses.
Jogando a toalha
Assim o é que Heleno Vilar (PSD), de Manoel Vitorino, dentista, eleito em 2016, de repente jogou a toalha. Ano passado, disse que não ia sair da comunidade, estava tudo bem, mas preferia tocar a vida em família. E renunciou.
Losivan Pimentel (PSD), o Tam, de Aiquara, seguiu o mesmo caminho, mas foi mais incisivo na renúncia:
— Eu sou muito honesto para permanecer nisso.
Dos 2.945, no Brasil, que tentaram a reeleição em 2016, só 1.385 ou 53%, conseguiram, o menor índice.
Hoje, os prefeitos fazem a XXII edição da Marcha a Brasília, este ano com o tema políticas sociais, justamente as que o governo congelou os repasses. Eures diz esperar a maior participação baiana de todos os tempos, com pelo menos 300 dos 417.
Bolsonaro promete estar lá com os seus ministros. Será que a nova política vem por aí?
Do BAHIA.BA Por Levi Vasconcelos
Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
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