Aqueles com sangue tipo O seriam menos suscetíveis, segundo mesma pesquisa; especialistas destacam, contudo, que mais estudos são necessários
BBC: Segundo a OMS, 80% dos infectados desenvolvem sintomas leves, 14%
graves e 6% gravíssimos. (Foto: GETTY IMAGES VIA BBC)
Pessoas com sangue tipo A podem ser mais vulneráveis a serem infectadas
com coronavírus em comparação com outros tipos sanguíneos, diz um estudo
preliminar realizado na China.
Pesquisadores do Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan examinaram
padrões de grupos sanguíneos de 2.173 pessoas que foram diagnosticadas com
covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
SAIBA MAIS
A pesquisa, realizada a partir de estatísticas de admissões de pacientes
com a doença, foi publicada na plataforma científica MedRxiv, e ainda não foi
revisada.
Especialistas destacam, contudo, que mais estudos aprofundados são
necessários e que essas constatações preliminares não invalidam a necessidade
de se tomarem medidas para frear o contágio do vírus, que já infectou mais de
200 mil pessoas em todo o mundo e deixou cerca de 9 mil mortos até agora.
Os pesquisadores chineses descobriram que pacientes com sangue tipo A
tinham uma taxa "significativamente maior" de infecção e pareciam
desenvolver sintomas mais graves do vírus.
De todos os tipos sanguíneos, o tipo O parecia ter o menor risco de
infecção. Segundo o estudo, 85 dos 206 pacientes que morreram de covid-19 em
Wuhan, epicentro do surto, tinham sangue tipo A, uma taxa 63% superior aos do
tipo O.
O mesmo padrão foi encontrado em diferentes grupos etários e de gênero. O estudo sugeriu que a maior suscetibilidade das pessoas com sangue tipo A
poderia estar ligada à presença de anticorpos naturais no sangue, porém, mais
estudos são necessários para comprovar essa associação.
A pesquisa levou em conta estatísticas demográficas para chegar a tais
conclusões, como o porcentual de pessoas de diferentes tipos sanguíneos em
Wuhan.
Embora os pesquisadores tenham reconhecido que suas descobertas eram
preliminares, eles pediram a governos e autoridades médicas que considerassem
os diferentes tipos sanguíneos ao tratar pacientes infectados.
Responsável pelo estudo, Wang Xinghuan disse que as pessoas com sangue
tipo A podem precisar de "proteção pessoal especialmente reforçada"
para reduzir suas chances de infecção, e aqueles já infectados, portadores
desse tipo específico de sangue, necessitam de "observação mais vigilante
e tratamento agressivo".
"Pode ser útil adotar a identificação da tipagem sanguínea ABO em
pacientes e equipes médicas como parte rotineira do gerenciamento de SAR-CoV-2
e outras infecções por coronavírus, para ajudar a definir as opções de
gerenciamento e avaliar os níveis de exposição das pessoas ao risco."
Cientistas e autoridades médicas de todo o mundo estão correndo para
tentar entender o novo coronavírus com mais profundidade e desenvolver uma
vacina.
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