CONVITE AO PENSAR: COMPREENDER AS OPOSIÇÕES HOJE E PROJETAR 2024 É UM GRANDE DESAFIO, MAS FAZ-SE NECESSÁRIO


Por José Alves Nunes*

Hoje em Itarantim é muito claro, para quem pensa e vive a política, que temos uma fragmentação nas oposições como nunca antes na nossa história. Se é difícil governar com apenas uma oposição, imagina, então, com tantos líderes de oposição buscando seus lugares ao sol.

Atualmente, temos de quatro a seis líderes de oposição que se equivalem politicamente, entre eles dois ex-prefeitos. “Se equivalem” no sentido de que nenhum dos seis tem hegemonia política hoje nas oposições. Ou seja, todos estão no mesmo nível ou patamar político na atual conjuntura. O que sobra em um, falta em outros e vice versa.

Tem aquele que sobra carisma, mas falta a base política que já teve um dia. Tem aquele outro que tem serviço prestado recente na cidade, mas ainda vive “assombrado” pelo fantasma da rejeição política. Outro tem a base política, mas falta logística e “recursos” (humano, político e econômico) para não cansar novamente na reta final. Em outros sobram coragem, mas faltam a base política e por aí vai. Sem esquecer que um sétimo nome pode surgir a qualquer momento, e sabotar, talvez, os que já estão na luta.

Governar com tanta oposição não é fácil, mas daqui a pouco também não será fácil nas oposições. A vida nas oposições será, depois da eleição de deputado e presidência da câmara, complexa e muito competitiva. A “guerra política” nas oposições será inevitável para que o mais apto (conceito darwinista) “sobreviva” para liderar o processo.

A luta será inevitável porque nenhum dos seis líderes de oposição vai servir de “andaime” como sonham alguns. Ninguém vai ceder facilmente a cabeça da chapa sem lutar, afinal todos estão no mesmo nível político, e a oportunidade na política acontece sempre no presente, nunca no futuro.

Aos que duvidam, bastam imaginar os seis lideres, individualmente, com dois dígitos nas pesquisas. Alguém, com tal pontuação nas pesquisas, vai abrir mão de disputar a eleição e demarcar o seu espaço nesse “admiração novo mundo político”? Vai recuar e apoiar um líder que aparece nas pesquisa com os mesmos dois dígitos?

O embate será inevitável e com um agravante, nenhum líder de oposição pode sair “muito ferido” dela. Para não se virar contra as aposições e lançar candidatura solo ou pular para o lado do prefeito. A disputa além de ser na medida certa, precisa ser pautada por ética política, articulação e muita negociação.

Aos que acreditam que as pesquisas podem evitar a “guerra” nas oposições, estão enganados. Para pontuar nas pesquisas, cada liderança precisa criar as condições para chegar, pelo menos, aos dois dígitos. E será nesse momento que a luta nas oposições começará. É bom lembrar que alguns já começaram a luta, pois já entenderam que a melhor forma de alcançar os dois dígitos é tentar rivalizar ou polarizar com o prefeito, o que não aconteceu até aqui.

Charles Darwin, pai do evolucionismo, acreditava que a natureza é seletiva e nela sobrevivem os mais aptos, diferente de melhores ou mais fortes. Será que a política também é seletiva? Será que nela sobrevivem somente os mais aptos? Depois da eleição de deputado e da presidência da câmara saberemos se haverá um mais apto para liderar as oposições e enfrentar o prefeito Fábio Gusmão. Que até aqui não é ameaçado por ninguém no seu grupo político e, portanto, não precisa se preocupar com nenhum darwinismo político.

*Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia; Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental e Lideranças para a Era Digital - Autor do livro 'O Camponês e o Naturalista' recém lançado pela a Amazon e a Uiclap.



Comentários