A presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, é uma das lideranças à frente dos trabalhadores do transporte público e do serviço de saneamento de São Paulo, deflagrada nesta terça-feira (3), paralisando quatro linhas do metrô e três linhas de trem. Duas linhas ferroviárias funcionaram parcialmente.
Lisboa destacou que a eventual privatização do Metrô de São Paulo vai encarecer os serviços e prejudicar os direitos dos trabalhadores. "As privatizações resultaram em crises, falhas, trens andando com portas abertas e descarrilamentos. Questionamos o projeto de privatização do governador, porque gera muito mais ineficiência nos serviços", afirmou.
Quem é Camila Lisboa
Camila Lisboa começou sua trajetória como militante no movimento estudantil da UNICAMP, onde se formou em Ciências Sociais. Após se formar, lecionou na rede estadual de São Paulo antes de ingressar no Metrô em 2012, quando prestou concurso e foi convocada para assumir a função de Agente de Estação. Desde então, filiou-se ao sindicato.
Ela fez parte dos 42 trabalhadores demitidos durante a greve de 2014, mas, após uma intensa campanha democrática, eles foram readmitidos. Nas eleições sindicais de 2019, Camila concorreu como Coordenadora Geral, posição que ocupou desde então. Durante esse período, ela liderou diversas lutas, incluindo a defesa da sede do sindicato ameaçada pelo governo de João Dória-PSDB, a resistência à privatização do metrô e a busca por condições seguras de trabalho e vacinação durante a pandemia.
Além de seu engajamento sindical, Camila é militante política, integrando a corrente Resistência do PSOL. Ela concilia sua agenda intensa de atividades com estudos e pesquisas acadêmicas sobre as lutas da classe trabalhadora. Recentemente, publicou um livro nascido de seu mestrado em Sociologia na USP, que aborda a percepção dos usuários do Metrô em relação às greves dos trabalhadores".
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