Após duas semanas de intensas orações, reflexões e discussões, 133 cardeais iniciam nesta quarta-feira (7) o conclave que elegerá o 267º Papa da Igreja Católica. O encontro, realizado na Capela Sistina, será o mais diverso da história, reunindo representantes de 71 países.
O sucessor do Papa Francisco, falecido recentemente, será responsável por conduzir a Igreja em um momento de grandes desafios e transformações. Durante a última reunião antes do início do confinamento, os cardeais enfatizaram o compromisso de dar continuidade às reformas iniciadas por Francisco, especialmente no combate aos abusos sexuais, na transparência das finanças do Vaticano e na promoção de uma Igreja mais próxima dos pobres, engajada nas questões sociais e ambientais.
Na véspera do conclave, os cardeais definiram o perfil desejado para o novo Papa: “Foi delineado o perfil de um Papa pastor, um mestre em humanidade, capaz de encarnar o rosto de uma Igreja samaritana”, informou o comunicado da Santa Sé. O texto ainda destaca a necessidade de um líder que ofereça “misericórdia, sinodalidade e esperança” em tempos marcados por guerras e polarizações políticas.
Francisco, o primeiro Papa latino-americano, comandou a Igreja por 12 anos e foi responsável pela nomeação de 108 dos 133 cardeais com direito a voto – o equivalente a 81% do colégio eleitoral. Seu legado será decisivo para os rumos do conclave, embora, como apontam vaticanistas, a eleição papal seja sempre cercada de imprevisibilidades.
Francisco entrou para a história ao optar por uma Igreja voltada ao Sul Global. Sob seu comando, os europeus deixaram de ser maioria no colégio eleitoral — passaram de 52% em 2013 para 39% agora —, enquanto África, Ásia e América Latina ganharam protagonismo. Dioceses historicamente influentes, como Paris e Milão, não terão cardeais votantes neste conclave.
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