Convite ao Pensar: Quando Criador e Criatura se Enfrentam Politicamente, Abalam “Céus e Terra” da Política
Na política, diferentemente da
vida, sempre é possível saber onde os políticos acertaram ou erraram, afinal,
os fantasmas quase sempre voltam para assombrá-los. E foi exatamente isso que
se viu na sessão ordinária da Câmara Municipal de Itarantim, realizada na
última terça-feira (19). Com o placar apertado de 6 votos a 5, o Legislativo
confirmou o veto do prefeito Fábio Gusmão (PSD) ao Projeto de Lei nº 016/2025,
de autoria do presidente da Casa, vereador Dudu dos Tutas (PSD). O resultado
revelou muito mais do que uma simples decisão legislativa: expôs as fissuras de
um rompimento político anunciado e reacendeu velhas verdades que estavam apenas
adormecidas.
Criatura X Criador: O Primeiro Embate
Como já se previa, o primeiro
embate político do segundo mandato do prefeito Fábio Gusmão não veio das
oposições, que continuam sem rumo, mas sim de dentro de sua própria base
política. Dudu dos Tutas, outrora “aliado de confiança” na articulação do
governo, agora caminha com as oposições. A ruptura entre “criatura e criador”
não apenas se concretizou: tornou-se pública, ruidosa e cheia de consequências.
O veto ao projeto de Dudu,
confirmado por maioria simples, mostrou que o prefeito ainda mantém força
política na Câmara, mas também que essa força está longe de ser absoluta. Dudu,
mesmo derrotado, saiu da sessão sem ser nocauteado, politicamente falando. Com
cinco votos importantes, mostrou que continua vivo e capaz de incomodar o
governo.
Escolhas que Definem
Destinos
A política é feita de escolhas, e
algumas delas têm o poder de levar o político da vitrine da visibilidade popular
ao ostracismo. Que o diga o ex-prefeito Paulo Construção, entre outras
lideranças, que viu sua trajetória política ser marcada por decisões
equivocadas e pela dificuldade de distinguir amigos sinceros dos oportunistas
de plantão.
Agora, é Fábio Gusmão quem se vê
diante de duas escolhas fundamentais: quem apoiar para a presidência da Câmara
em 2026 e quem lançar como seu sucessor em 2028. E é bom que ele pense bem
sobre essas escolhas, para não repetir os erros de outras lideranças políticas
da cidade. A resposta à pergunta “se a eleição da Câmara fosse hoje, Gusmão apoiaria Dudu
novamente?” parece já ter sido dada. Mas o futuro ainda reserva embates,
alianças e reviravoltas.
Dudu também fez sua escolha:
rompeu com o grupo do prefeito e se alinhou às oposições. Acertou ou errou? Só
o tempo dirá. Mas o movimento já provocou ondas que atingem boa parte da
estrutura política local.
Os Surfistas do Plenário
Entre os onze vereadores, há
aqueles que já aprenderam a surfar com maestria nas duas ondas, do Prefeito e
do Presidente. O placar de 6 a 5 mostrou que, a partir de agora, há espaço para
negociação, articulação e, claro, oportunismo. Alguns vereadores conhecem muito bem o mar da
política local e, portanto, sabe que cada onda pode ser aproveitada conforme a
direção do vento.
Quem mais tem motivos para
comemorar não é o prefeito nem Dudu, mas os vereadores que agora se veem no
centro do jogo, com poder de barganha ampliado e liberdade para transitar entre
os dois mundos do poder: Executivo e Legislativo.
Regimento Interno: A Nova
Arma Política
A sessão também revelou que os
próximos meses exigirão preparo técnico e estratégico. Dudu e Zeza, juntos, dois
nomes com profundo conhecimento das entranhas da Câmara e do Regimento Interno,
prometem ser adversários duros para a base governista. E, como se não bastasse,
ainda contam com um aliado do baixo clero que, mesmo sem domínio técnico, tem
retórica afiada e disposição para o embate.
Portanto, fica o alerta aos vereadores governistas: façam urgentemente um CURSO INTENSIVO em
Regimento Interno. As próximas sessões não serão para amadores, e
muito menos para quem desconhece o próprio Regimento da Casa, como ficou
evidente na sessão passada. O vereador pode até não conhecer totalmente a Lei
Orgânica do Município, mas é obrigado a dominar em profundidade o Regimento
Interno que rege vidas e decisões políticas.
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O que está em jogo não é o benefício para a cidade, mas sim o poder de barganha para as próximas eleições.
ResponderExcluirPrecisamos ficar atentos. Não podemos nos permitir ser levados por discursos prontos e promessas mirabolantes. Antes de acreditar, vamos analisar o histórico dos nossos representantes na Câmara, seus votos e seus verdadeiros interesses. A política é feita para os que prometem e para os que se esquecem rapidamente. Não sejamos o eleitor que se deixa enganar.