Abrindo o Baú: Itarantim recebeu US$ 3,5 milhões entre 1991 e 1992.

Olha as promessas... "Tudo que é digno de ser feito, é digno de ser bem feito"

Recorte do Jornal A Tarde

Esta noticia foi publicada no Jornal A Tarde em 22/11/1993 João Alves tumultua interior baiano O município baiano de Itarantim a 633 km de Salvador, vive dias tão turbulentos quanto os que rondam o Congresso Nacional. Tudo por causa, mais uma vez do deputado federal “sortudo” João Alves (PRN). Neste final de semana, a população da cidade assistiu à intervenção policial mais truculenta dos últimos anos quando o delegado Marinaldo Amparo de Barros arrancou, a força uma placa de protesto fincada nos domínios da residência de Robson Dantas, filho do ex-prefeito da cidade Antônio Florindo Dantas. A placa havia sido pintada para prestigiar o início de uma série de manifestações pela moralidade do município. Itarantim foi apontada há pouco mais de uma semana como a cidade campeã do Brasil em subvenções sociais indicadas por João Alves, tendo US$ 3,5 milhões entre 91 e 92 – período da gestão de Gideão Matos (PFL). “A população está estarrecida com as revelações da CPI e resolveu manisfestar seu repúdio pelos maus políticos que a geriram”, explica Robson Dantas, um dos líderes do movimento. A pintura exibia uma raposa lançando uma tarrafa sobre a caricatura de João Alves, o qual oferecia uma mala recheada de dólares para uma onça. O felino é o símbolo do ex-prefeito Gideão Matos. VAIAS E VIOLÊNCIA O painel foi afixado no final da tarde de sábado, há um metro da grade da residência de Robson Dantas próxima à Praça Antônio Guedes. Às 20h, cerca de duas mil pessoas já se reuniam na praça. Gideão Matos se arriscou a passar por lá e acabou recebendo sonora vaia dos manifestantes. Por volta das 20h30, segundo Robson Dantas, o delegado Marinaldo Barros apareceu acompanhado de dois policias, exigindo que Iege Dantas, esposa de Robson abrisse o portão. Diante da negativa, Barros subiu na grade e passou a forçar a placa com um martelo. Robson Dantas e seu pai acorreram para evitar a retirada, mas foram ameaçadas com o revólver pelo delegado, enquanto a placa era arrancada com a ajuda dos policiais. “Tudo o que o delegado fez foi cumprir o Código de Postura da cidade, que proíbe afixação de placas sem prévia autorização da Prefeitura”, defendeu o prefeito Cícero Alencar (PFL), acrescentando, no entanto, que não ordenou a ação. “Estava visitando a zona rural, só retornei às 21 horas”, disse. Diante da ameaça de uma nova manifestação ontem à noite, Alencar avisou que já requisitara reforço policial em Vitória da Conquista para “apaziguar os animos” dos manifestantes.