Briga pelo controle do PSB de Salvador apenas começou.

Em meio ao início das discussões sobre 2010, a briga em torno do controle do PSB na capital baiana só começou. Em telefonema ao Política Livre, o ex-secretário-geral do partido em Salvador, Gustavo Ferraz, acusa a renúncia coletiva de membros do diretório municipal, que resultou na destituição da direção do partido na capital baiana, de ser um “golpe”, praticado por Celsinho Cotrim, ligado ao grupo da deputada federal Lídice da Mata.

Segundo Ferraz, ao contrário do que se buscou divulgar, o diretório foi destituído não como forma de retirar da presidência do partido Paulo Mascarenhas, que resolveu assumir uma diretoria na secretaria municipal de Planejamento no início do ano, após ter deixado a secretaria municipal de Emprego e Renda, em 2008, depois que o PSB decidiu romper com o prefeito João Henrique (PMDB) para lançar Lídice da Mata à Prefeitura.

“O diretório foi destituído porque a Executiva Municipal não é submissa a Lídice”, afirma, lembrando que, apesar de o grupo da deputada possuir a maioria no diretório municipal, que agora renunciou, a executiva mantinha seu caráter independente em relação a ela em função “do bom nível de relação que conseguimos estabelecer com os seus membros”. Ferraz lembra que em 2008 o partido decidiu sair da base do prefeito João Henrique para que Lídice fosse candidata a prefeita.

O PSB então entregou os cargos - entre os quais o de Mascarenhas, o seu, como superintendente da Adesa, e o de Itaberaba Lyra, que era diretor no mesmo órgão -, Lídice entrou na campanha, mas logo depois se tornou candidata a vice de Walter Pinheiro (PT) sem nunca ter esclarecido porque, apesar de ter estado melhor posicionada nas pesquisas, abriu mão de disputar o Palácio Thomé de Souza para o candidato petista, afirma Ferraz.

Por último, informa que a deputada não pode ratificar a decisão do diretório municipal nem convocar a formação de um comissão provisória em seu lugar, porque até hoje sua eleição à direção estadual está sub judice no diretório nacional, em função de denúncias formalizadas por seu grupo de fraude no congresso regional passado. “Na prática, ela ocupa o cargo de presidente de uma comissão estadual provisória cujo prazo de validade acaba depois de amanhã”, diz o ex-secretário.