“Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso fez um prognóstico alvissareiro para a candidata de Lula à sucessão presidencial. FHC previu que Dilma Rousseff subirá nas pesquisas. Estimou que ela fecha 2009 nas cercanias dos 20%.
E pode roçar os 30% nos primeiros meses de 2010. Uma avaliação que coincide com a do Planalto. Com uma diferença: Lula vê na taxa de 30% um piso para Dilma. FHC enxerga no percentual um teto do petismo, que só Lula logrou ultrapassar.
Os presságios de FHC foram verbalizados num jantar que levou a nata do DEM à residência oficial do governador de São Paulo, José Serra. O repasto começou por volta das 21h da última quinta-feira.
Estendeu-se até o início da madrugada de sexta. O DEM reunira, em São Paulo, o seu Conselho Político. Dezoito lideranças da tribo ‘demo’ trocaram idéias sobre a conjuntura política.
Depois, foram a Serra, para dividir suas impressões. Organizado como uma espécie de beija-mão, o repasto converteu-se num inesperado jogo da verdade. Serra, cotovelos acomodados sobre uma mesa retangular, se dispôs a ouvir – um por um — todos os ‘demos’ que roçavam garfos com ele.
Despejaram-se sobre a mesa as contas de um rosário de inquietudes. Abaixo algumas delas:
1. Falta ao linguajar de Serra, hoje o presidenciável tucano mais bem-posto nas pesquisas, um tônus oposicionista;
2. É equivocada a estratégia de delegar a outros líderes da oposição a tarefa de estabelecer o contraponto ao governo Lula. O eleitor quer ouvir os candidatos;
3. Serra e o governador mineiro Aécio Neves, o outro presidenciável tucano, deveriam frequentar o noticiário com a cara de candidatos à presidência;
4. A suavidade do discurso da dupla favorece a candidatura oficial de Dilma Rousseff, que desfila sozinha na passarela que leva a 2010;
5. Lula estaria conseguindo passar a idéia de que seu governo nada tem a ver com a crise, uma encrenca que vem de fora;
6. Na visão dos ‘demos’, é certo que a crise nasceu nos EUA. Mas rói o PIB brasileiro além do razoável graças à suposta “incúria” do presidente e de sua equipe;
7. Eis o raciocínio que resume a opinião média dos ‘demos’: Da fase de bonança da economia mundial, o Brasil aproveitou uma parte. Da tempestade desfruta por inteiro;
8. Na seara política, disseram os ‘demos’, o PSDB tem de cuidar para que a refrega entre Serra e Aécio não descambe para a divisão;
9. Avaliou-se que, unindo São Paulo e Minas, os dois maiores colégios eleitorais do país, o tucanato vai a 2010 com alguma chance de êxito. Do contrário, nem tanto.”
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