Paulo Souto ironiza Jaques Wagner.

O ex-governador Paulo Souto (DEM) e o atual governador Jaques Wagner (PT).
O ex-governador Paulo Souto em seu comentário na Rádio Metrópole nesta quinta-feira santa, 9, citou um poema de Jorge de Lima (Acendedor de Lampiões) para ironizar críticas feitas à sua gestão pelo governador Jaques Wagner, o qual, disse que, ao assumir o governo encontrou uma máquina arcaica e superada salvando-se apenas a Secretaria da Fazenda. Souto lembrou de um seu professor, em Ilhéus, Pedro Lima, mestre em português, o qual, determinava que os alunos lessem textos literários e recitassem poesias. Daí que se lembrou do poema Acendedor de Lampiões, no qual, Jorge de Lima parodia o sol e cita, numa das estrofes a "triste ironia atroz que o senso humano irrita". E tomando dessa frase, ironizando Wagner como o sol que deseja encobrir a realidade, disse que, justo na Sefaz, a qual o governador considera um excelente exemplo, "prega-se a sizânia" e desmantela-se a estrutura de um órgão modelo brasileiro, justo pela "trise ironia atroz que o senso humano irrita". Souto destaca que inconcebível o que está acontecendo com a Sefaz, neste momento, não por culpa dos seus servidores, mas devido a desorganização generalizada da máquina pública sob o comando de Wagner. O ex-governador comentou, ainda, que seria uma "máquina arcáica" aquela que cumpriu intelgralmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, que renogociou com competência as dívidas do Estado, que instituiu a Lei de Licitações, considerada um modelo para o país? Ou seria "superada" uma máquina administrativa que instituiu a Nota Fiscal Eletrônica, que implantou o Serviço de Atendimento ao Cidadão, que implantou a Nova Lei Ambiental? Com bastante ironia, sempre lembrando do professor Pedro Lima e das estrofes do Acendedor de Lampiões, Souto disse que seria assim "superado" implantar a Ocupação do Oeste, a descentralização industrial? Para concluir, o ex-governador assegurou que ineficiência é deixar 50 oficiais superiores da Polícia Militar sem designação, mais de 100 municípios sem delegados de Polícia, enquanto a violência cresce o os números de homicídios na RMS são assustadores. Frisou, ainda, que na Educação faltam dezenas de professores nas salas de aula e sobram balas perdidas e mais violência. E que, hoje, 25% dos casos de dengue no Brasil acontecem na Bahia. Paulo Souto fecha o comentário dizendo que faltam médicos nas maternidades e as pessoas estão tendo filhos nas ruas, e a Embasa majorou em mais de 50% a água da classe média. E tome mais verso de Jorge de Lima. O ACENDEDOR DE LAMPIÕES Lá vem o acendedor de lampiões de rua! Este mesmo que vem, infatigavelmente, Parodiar o Sol e associar-se à lua Quando a sobra da noite enegrece o poente. Um, dois, três lampiões, acende e continua Outros mais a acender imperturbavelmente, À medida que a noite, aos poucos, se acentua E a palidez da lua apenas se pressente. Triste ironia atroz que o senso humano irrita: Ele, que doira a noite e ilumina a cidade, Talvez não tenha luz na choupana em que habita. Tanta gente também nos outros insinua Crenças, religiões, amor, felicidade Como este acendedor de lampiões de rua! Jorge de Lima (1895 – 1953).

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