CPI da Petrobras poderá ser a maior derrota de Lula.

A instalação da CPI da Petrobras para investigar possíveis desvios da estatal poderá ser a maior derrota de Lula nos dois períodos de governo. Diferentemente do escândalo do Mensalão, este patrocinado por uma quadrilha de gatunos, a CPI da Petrobras tocará possivelmente numa espécie de jazida, semelhante a do pré-sal, mas para produzir outros resultados que poderão até alcançar, ainda segundo suposições políticas, um imenso caixa dois que bancaria as eleições de 2010. Uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, a Petrobras sofreu uma transformação visível no governo Lula. Foi aparelhada, ganhou o carimbo do PT, e chegou ao extremo de virar patrocinadora até de fogueiras juninas, infelizmente a partir da Bahia. A Petrobras, é certo, cresceu no governo Lula, mas isso aconteceu porque ela estava predestinada a isso, na medida em que passou a ser uma estatal híbrida, e foi aberta para, através de licitações, somar com parcerias, o que lhe permitiu intensificar a prospecção de óleo, obtendo seguidos sucessos com a descoberta de mega-jazidas, principalmente as do pré-sal. O governo dificilmente teria sido surpreendido com a CPI. É certo que as oposições agiram com competência política ao escolher uma quinta-feira para recolher assinaturas e fazer a leitura do pedido de abertura da investigação no Senado já na sexta, cumprindo os trâmites regimentais para a instalação da Comissão de Investigação. O governo não teve força política para conseguir a retirada de seis assinaturas para inviabilizar a CPI. Podem ter, de início, conseqüências econômicas para a estatal, mas pior será se vier à tona revelações sobre procedimentos estranhos, desvios e superfaturamento nos mega-gastos da Petrobras (tudo na empresa é mega). A diretoria da estatal poderá ser abalada, manchando conceitos ou até os colocando por terra. Ao instalar a CPI, a oposição tinha dois objetivos: 1- apurar tais desvios, inclusive apontados pelo Tribunal de Contas da União, investigar o que dela se fala no breu das tocas e, 2, o aspecto político, que se traduz no aparelhamento petista da empresa e um possível caixa para as campanhas eleitorais de 2010.

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