Tucanos flertam com PMDB para impedir aliança petista

Os articuladores da candidatura de José Serra à Presidência se lançaram numa investida sobre o PMDB nos Estados. Delineada num jantar na casa do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a estratégia é explorar os tremores na base de sustentação do governo Lula para evitar que o PMDB formalize apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).Escalados para negociação, o presidente do PMDB de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, e o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) se dedicam à montagem de palanques nos Estados.E o próprio Serra tem flertado com governadores, como Roberto Requião (PR), Paulo Hartung (ES) e Luiz Henrique Silveira (SC), além das conversas com os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Quércia, por sua vez, já esteve até com o presidente do Senado, José Sarney (AP).Após um encontro em Campinas, para o lançamento da TV Digital, Hélio Costa e Serra se comprometeram a agendar novos encontros. O ministro - que poderá concorrer ao Senado ou ao governo de Minas - deverá visitar Serra sob pretexto de fazer-lhe um convite para evento oficial.Na Bahia, o PSDB acena com a possibilidade de apoio a Geddel, em choque com o governador Jacques Wagner (PT). No Estado, a aliança tem dois outros nomes para o governo: Paulo Souto (DEM) e o prefeito João Henrique (PMDB).

Comentários

  1. Conciliação difícil I
    Nas duas últimas reuniões com dirigentes peemedebistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi otimista ao falar da possibilidade de aliança entre o PMDB e o PT nas eleições de 2010. Lula também adotou tom positivo ao abordar a eventual candidatura presidencial de Dilma Rousseff. Disse que o problema de saúde que ela enfrenta será vencido e que até o final do ano ela estará na luta com tudo. Dilma retirou um tumor e faz quimioterapia preventiva contra câncer.

    Conciliação difícil II
    O presidente se comprometeu a mediar diretamente conflitos entre PT e PMDB nos Estados. Os dirigentes peemedebistas lhe apresentaram uma série de casos em que isso seria necessário. Exemplo: na Bahia, só Lula para reunir o governador petista Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Lula disse que fará essa aliança, com a recondução de Wagner e a eventual candidatura de Geddel ao Senado.

    Melou
    O próprio Lula, entretanto, já não anda mais tão convencido da possibilidade de manter a unidade na Bahia entre o PT e o PMDB. O ministro Geddel já teria avisado ao Palácio do Planalto de sua disposição em deixar a pasta em setembro próximo. Seria o sinal de que sua campanha para o governo do Estado é mesmo para valer. Seu partido vai indicar o seu sucessor.

    Alianças
    Para petistas mais radicais, a saída antecipada de Geddel é vista como um alívio. Para a ala equilibrada do partido, no entanto, o PT perde um aliado de importância fundamental, sobretudo pelo poder de articulação com outras legendas. Geddel quer ter tempo de costurar acordos, inclusive, se possível, com os tradicionais adversários petistas, abrindo o leque de aliança que pode sustentar politicamente sua candidatura ao Palácio de Ondina.

    Sem acordo
    O prefeito João Henrique será, sem dúvida, o principal cabo eleitoral do ministro Geddel Vieira Lima em Salvador,em 2010. João, embora seja um político de perfil maleável e flexível, não quer, não aceita e nem confia no seu ex-parceiro, o PT. Portanto, qualquer acordo com o PT envolvendo o prefeito pode ser descartado.

    Sem acordo
    No PMDB o momento é de expectativa ante o prenúncio forte de rompimento formal da aliança com o PT. Os dois secretários tidos como peemedebista puro sangue - Batista Neves (Infraestrutura) e Rafael Amoedo (Indústria, Comércio e Mineração) discretamente já estariam arrumando as malas para quando for dado o sinal de bater em retirada. O terceiro secretário, quase nunca citado pelo PT e nem mesmo pelo PMDB como sendo filiado a este último partido, Ildes Ferreira (Ciência e Tecnologia), pode ficar ou pode sair. Ferreira foi colocado no governo pelo deputado federal Colbert Martins, quando ambos ainda estavam no PPS.

    ResponderExcluir
  2. Na moita
    O governador Jaques Wagner tem se mostrado cauteloso com relação as movimentações do ministro da Integração Nacional. Não quer partir para o confronto agora. Supõe-se que entende que o melhor é dar tempo ao tempo. No entanto, se for provocado duramente, Wagner é capaz de antecipar as decisões que só gostaria de tomar mais lá na frente.

    ResponderExcluir
  3. Sintonia I
    O presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, comemorou resolução aprovada pelo Diretório Nacional do PT, considerando que a tática para as eleições de 2010 será orientada para a vitória na eleição presidencial submetendo a ela todos os processos estaduais. “Ela reitera nosso entendimento, desde março desse ano, quando aprovamos resolução para que nossa tática no Estado tivesse associada ao projeto nacional”, disse o dirigente.

    Sintonia II
    Para ele, essa sintonia com o Diretório Nacional da legenda e com o Palácio do Planalto permitiu que o PT na Bahia tirasse uma orientação pela manutenção das alianças que elegeu Jaques Wagner governador, submetendo o processo estadual ao êxito da candidatura do partido à Presidência da República. “Nosso entendimento é que a manutenção da aliança a nível nacional com o PMDB, por exemplo, se potencializa nos estados; e a Bahia é um dos principais colégios eleitorais do País dirigido por um petista. Nossa prioridade é reeleger Wagner e buscar a conformação de outras forças para construção de uma chapa majoritária forte e de alta competitividade”, disse Jonas Paulo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

A V I S O:
Devido ao momento político, a partir de hoje, só serão liberados na opção Comentar como ANÔNIMO, os comentários construtivos ou que falem das propostas ou das qualidades de candidatos a cargos eletivos nesta eleição. Os comentários de teor crítico, acusadores ou agressivos aos candidatos, autoridades ou a qualquer outra pessoa, só serão liberados se o autor se identificar na opção Comentar como: NOME/URL, no quadro de comentários. IDENTIFICAR VIA ITEM NOME/URL.