Depois de meses de conversa, parecem ter finalmente naufragado as tentativas de entendimento entre a articulação política de Jaques Wagner (PT) e o grupo do conselheiro Otto Alencar, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), cotado para integrar a chapa da reeleição do governador principalmente na condição de candidato ao Senado.
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Após uma cavalgada no município de Euclides da Cunha, neste feriadão, o conselheiro teria encontrado o virtual candidato das oposições ao governo, Paulo Souto (DEM), e declarado que estaria disposto a conversar com ele, sob a alegação de que finalmente encerrara as tentativas de um acordo com o governador.
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O pivô da interrupção das negociações teria sido a confirmação de que Wagner perdera a queda-de-braço com o ministro da secretaria especial dos Portos, Pedro Brito, pela indicação do novo superintendente da Codeba, cargo no qual o grupo de Otto gostaria de emplacar José Rebouças, hoje secretário municipal de Finanças de Simões Filho.
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O município é governado pelo irmão do conselheiro, Eduardo Alencar. Otto teria sido informado de que no próximo dia 29 uma assembléia na companhia das docas da Bahia irá confirmar no posto o atual presidente interino, Newton Dias, que acumula a função de diretor-financeiro da Codeba.
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Cunhado do atual secretário estadual Edmon Lucas (Integração Regional), Dias foi indicado há mais de quatro anos para os quadros da companhia por seu sobrinho, o ex-deputado Jonival Lucas. A confirmação na presidência seria a alternativa encontrada pelo ministro para evitar novos focos de atrito com a bancada baiana e o próprio governo.
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Ambos reagiram à sua idéia inicial de indicar um quadro de Pernambuco para dirigir a estatal. “Não tem mais conversa. Neste governo, se conversa, conversa, conversa e não se chega a nada”, disse há pouco ao Política Livre fonte muito próxima do conselheiro, sintetizando seu humor e “visão” sobre a administração estadual.
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Segundo a mesma fonte, desde que o grupo percebeu que o governador não conseguiria promover a indicação de Rebouças para a Codeba, os interlocutores do governo deixaram, inclusive, de ligar para os políticos ligados a Otto, numa demonstração do que ele considera “até de vergonha” por não terem conseguido cumprir a palavra.
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Ele lembrou de vários episódios em que o mesmo grupo ajudou o governo - de votações na Assembléia Legislativa, que incluíram da aprovação de projetos como o pedido de empréstimo do BNDES às duas eleições de Marcelo Nilo à presidência do Poder - ao enfrentamento ao senador César Borges, presidente do PR na Bahia.
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“Mas, infelizmente, a recíproca não é verdadeira”, acrescentou ele, advertindo que, com a provável candidatura do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) ao governo, compondo, ao que tudo indica, um segundo palanque para a ministra Dilma Roussef na Bahia, o governo estaria, em sua opinião, brincando com o perigo.
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Segundo ele, na prática isto significa a existência de mais dois nomes ao governo, abrindo novas oportunidades de entendimento para quem não ficar com a reeleição do governador. “Hoje, existem pelo menos seis nomes ao Senado que podem compor muito bem com as três candidaturas postas ao governo. Quem vacilar, vai dançar”, avalia.
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Antes de encerrar a conversa, a fonte frisa que alude, abertamente, à figura do governador.
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