Como este assunto do rompimento ou não do PMDB com o PT na Bahia, em razão da provável candidatura ao governo em 2010, está cheio de “disse-não-disse”, o que leva a muitas interpretações, repasso para vocês a entrevista, na íntegra, que o governador Jaques Wagner concedeu ao jornalista Bob Fernandes, do site Terra Magazine sobre o tema. Tirem suas conclusões:
Terra Magazine - Governador, o que temos aí na Bahia? O PMDB do ministro Geddel, integrante da aliança que elegeu o senhor, rompeu com o seu governo?
Jaques Wagner - Eu já disse e repito que ganha quem junta, quem agrega, reúne, e não quem separa. O que eu quero, o meu desejo, é continuar com a aliança de nove partidos que me elegeu e chegou comigo ao governo em 2006. E as várias conversas que tive com o ministro Geddel foram no sentido de manter o projeto, onde, naturalmente, ele iria para a senatoria, disputaria a vaga de senador dentro dessa aliança em 2010. Foi sempre esse o rumo da nossa conversa.
Quando foi a última conversa?
Há umas três semanas, eu, ele e o irmão dele, Lúcio, que é o presidente do PMDB na Bahia. Em algum momento ele começou a levantar a suspeita que o PT não queria votar nele, que poderia atrapalhar, e eu disse “se você diz, sugere que não está, não estará na aliança, aí sim pode surgir esse problema… porque o PT votaria em você se você diz não querer integrar a aliança?”. Mas as conversas, de minha parte, e em consonância com o projeto do presidente Lula para 2010, foram sempre no sentido de manter, agregar…
Mas nessa última conversa ele não falou em deixar o seu governo?
Ele falou que precisava fazer um movimento para fortalecer as bases do partido, ouvir as bases do partido, e então, em setembro, ele vai avaliar. Olha, é um direito dele sair e montar um chapa para concorrer ao governo…. não sei quem ele vai apoiar para presidente se fizer isso, mas eu sigo meu caminho; apoio a Dilma, sou candidato à reeleição e estou organizando minha chapa.
Mas, insisto, ele não disse que deixaria o seu governo?
Não, me disse que ouviria o que querem as bases.
E ele seria candidato ao governo?
Como hipótese isso existe, mas se ele romper ele sai, não sou eu quem vai botá-lo pra fora. Não faço questão de romper, repito que prefiro juntar, agregar, mas que fique claro: o jogo que ele jogar, quiser jogar, eu topo. Agora, eu sou pelo menor caminho entre dois pontos e o menor e melhor caminho seria manter a aliança e até ampliar se for possível. Se não for, enfrentaremos o jogo que vier. Eu escolho aliados, não escolho adversários. Tenho interesse em manter, mas se não houver interesse, paciência, vamos para o jogo.
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