Secretário de Infraestrutura, João Leão(foto) integra o time de deputados do PP que o PT teme enfrentar em coligação nas eleições de 2010
O governo Jaques Wagner (PT) terá dificuldades de cumprir a promessa de garantir a coligação do partido na eleição proporcional (de deputados) com legendas como o PP e o PDT, com os quais negociou recentemente maior participação na administração em troca de apoio à reeleição do governador em 2010.
Internamente, no PT, as alianças proporcionais com pedetistas e progressistas são encaradas como um “suicídio político” para o partido do governo, que já definiu como meta, além da reeleição do próprio Wagner e da eleição do sucessor do presidente Lula, o reforço ao seu time de deputados estaduais e federais.
Em conversa reservada com o Política Livre, hoje, parlamentares petistas classificaram pela primeira vez como “excessivo” o espaço destinado pelo governo aos aliados, expressando o entendimento de que, da forma como foram feitas, as negociações não asseguram, inclusive, nenhum compromisso com a reeleição de Wagner.
Na avaliação deles, no plano federal, a coligação com o PP pode ser um desastre para os petistas, porque o partido aliado deve apresentar um grupo de candidatos fortíssimos em termos eleitorais, com capacidade de arregimentação, individualmente, de muito mais do que 100 mil votos.
Estariam no grupo, além do secretário estadual João Leão (Infraestrutura), o atual líder na Câmara, Mário Negromonte, o deputado federal Roberto Brito, o estadual Luis Argolo e nomes sobre os quais se especula como os de João Gualberto, prefeito de Mata de São João, e de Oziel Oliveira, ex-prefeito de Luis Eduardo Magalhães.
Os receios com relação ao PDT se concentrariam na disputa estadual, onde o time de candidatos do partido é considerado forte e deve ser robustecido com filiações novas até o próximo dia 30, quando encerra o prazo para mudanças partidárias para quem deseja disputar as eleições de 2010.
“Anote aí: a promessa do governo de assegurar coligação na proporcional com o PT não vai prosperar”, disse um dos parlamentares federais do PT ao site, observando que, pelos cálculos do partido, serão necessários 170 mil votos para eleger um deputado federal e 90 mil para colocar um político na Assembléia Legislativa.
Nas eleições de 2006, quando Jaques Wagner elegeu-se governador, o PT fez oito deputados federais e 10 estaduais, número que os petistas gostariam de ver ampliados na próxima sucessão. Para outro parlamentar petista, uma alternativa ao governo, para contentar os aliados, seria formar três coligações proporcionais.
“E a coligação que mais se aproxima do PT é aquela formada por partidos como o PSB, o PCdoB e o PV”, declara ele, pedindo sigilo sobre sua identidade, mas acrescentando que, por gerar muito nervosismo nas bancadas petistas, o assunto vai terminar contaminando a agenda da sucessão interna petista.
A escolha da nova direção do PT será em novembro, quando o governo espera manter no comando do partido o atual presidente Jonas Paulo, acusado por setores petistas de defender mais os interesses da administração do que da agremiação.
“Como a base do governo é grande, o ideal seria a formação de três chapas proporcionais para ter maior número de candidatos a estadual e federal e maior capilaridade, o que ajuda as chapas majoritárias – tanto presidencial quanto ao governo”, afirma outro parlamentar petista.
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