TRE da Bahia proíbe DEM de veicular propaganda contra Jaques Wagner.

A corregedora eleitoral do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Bahia proibiu anteontem o DEM de veicular propaganda partidária na televisão que responsabiliza o governo de Jaques Wagner (PT) pela onda de ataques que deixou ônibus e postos da Polícia Militar destruídos na semana retrasada em Salvador. A decisão tem caráter liminar. Na inserção de 30 segundos, veiculada na última sexta-feira em quatro emissoras locais, o partido apresenta manchetes de jornais baianos que tratam da onda de violência em Salvador, faz um balanço da Segurança Pública no Estado e critica a "morosidade e falta de compromisso com os baianos" por parte do governo estadual. A decisão da corregedora eleitoral Cynthia Resende foi tomada após representação feita pelo PT, que alegou "desvio da finalidade da propaganda gratuita político-partidária". "Os partidos deveriam usar esse tempo para trabalhar suas teses e projetos, mas o DEM usou a propaganda de uma forma baixa, vingativa, violenta e grosseira contra o governo Wagner", afirmou Jonas Paulo, presidente do PT na Bahia. Segundo a decisão, a inserção do DEM "tece comentários distorcidos acerca da administração estadual atual que muito extrapolam os limites das meras críticas políticas concebíveis", o que pode provocar "estado de pânico na população". Para o deputado ACM Neto (DEM-BA), a proibição da propaganda é "absurda". "O PT está querendo censurar a verdade para o povo baiano. Essa verdade pode doer ao PT, mas ela não pode ser escondida", afirmou o deputado, que publicou o vídeo em seu site oficial após a decisão da corregedora. Segundo ACM Neto, o DEM vai recorrer da decisão. A segurança pública é uma das áreas mais criticadas do governo estadual, que enfrenta problemas como o aumento do tráfico de drogas. O governo baiano atribui a onda de ataques da semana retrasada em Salvador à transferência do líder de uma facção criminosa para um presídio federal em Campo Grande (MS). Em seis dias de atentados, 16 ônibus e nove postos da PM foram destruídos, dez suspeitos foram mortos em confrontos com a polícia e 24 foram presos. Outras 11 pessoas ficaram feridas, entre elas quatro policiais.

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