“Vamos vencer as eleições”.

Deputada estadual Virgínia Hagge, ex-prefeito Ricardo Souto e o ministro Geddel Vieira Lima.
Visivelmente mais magro, numa combinação de dieta alimentar e atividade física, o ministro da Integração Nacional e pré-candidato ao governo do Estado, Geddel Vieira Lima (PMDB), dá mostras de que está preparado para enfrentar uma maratona, que inclui o desafio de tornar seu nome conhecido pelo eleitorado baiano, já que deve enfrentar nas urnas dois pesos pesados em termos midiáticos e capital político: o ex-governador Paulo Souto (DEM) e o atual chefe do Executivo, Jaques Wagner (PT). Nesta entrevista concedida aos jornalistas Janio Lopo e Cíntia Kelly (Blog Política Hoje), Geddel faz críticas ao governador Jaques Wagner, a quem chama de manemolente. “A manemolência do governo e do governador Jaques Wagner é algo que assusta quem em 2006, como eu, acreditou que a Bahia ia avançar”. Quando questionado sobre a semelhança entre seu discurso e do de Paulo Souto, nas criticas ao governo Wagner, Geddel não perdoa o democrata. “Não vejo no ex-governador Paulo Souto uma pessoa cuja critica seja ouvida pela sociedade, porque haverá sempre alguém para perguntar: o senhor teve oito anos e por que não fez?”
"Eu não faço política nem tomo decisões sustentadas por pesquisa de momento. Eu faço política defendendo convicções, com projetos, correndo riscos. Se eu fizesse política sustentado em pesquisa e não em tese, eu não teria conduzido o PMDB a apoiar Jaques Wagner quando ele tinha 4%, e muitos tinham a candidatura dele como uma piada . Eu ali me apeguei a uma tese, a de que a Bahia precisava mudar politicamente. Se eu fizesse política sustentado em pesquisa, não teria apoiado a candidatura de João Henrique quando ele tinha 60% de rejeição. Ali eu defendia uma tese, uma ideia. A nossa posição nas pesquisas ao invés de nos desestabilizar, ela nos estimula. Se está fazendo um ano antes uma comparação entre alguém que está se colocando a 30, 40 dias como alternativa (ao governo) com alguém que já foi governador duas vezes, foi senador da República, acaba de disputar uma governo do estado, portanto alguém muito conhecido. Um outro que disputou uma eleição majoritária para prefeito e perdeu, para governador e perdeu, e é o atual governador, que navega numa postura tão combatida, mas que eles conseguiram suplantar com as maiores orgias publicitárias que eu já vi na Bahia nos últimos anos. Se tem alguém patinando, pode ter certeza que não é o candidato do PMDB. São aqueles que têm o recall, um papel de conhecimento e poderia remetê-los a patamares estratosféricos . Então eu estou muito feliz, estimulado não só com os resultados das estatísticas, mas, sobretudo com o carinho como estou sendo tratado em gestos de apoio e de avante, que tenho recebido em cada lugar que tenho andado na capital e no interior".
"Nem política e nem mandato para mim é emprego. Se eu fosse buscar conforto eu teria uma eleição para deputado federal que seria um verdadeiro mamão com açúcar. Se eu estivesse buscando o conforto da sombra das varandas do Palácio de Ondina, eu poderia ter feito uma aliança para disputar o Senado. Mas que marca de político seria eu, se buscasse as vitórias previsíveis? Eu tenho o dever de ousar, tenho obrigação de propor. Se ficar sem mandato, eu vou buscar outra maneira de servir a Bahia. Política para mim não e emprego, mandato para mim não é emprego. Mandato é um instrumento para realizar uma vocação que eu descobri desde muito cedo na minha vida, a de tentar, por meio da vida pública, mudar a realidade para melhor. Portanto, se equivocam esses que imaginam que eu sou daqueles homens públicos que tenha receio de eventuais derrotas. Talvez esse seja o hábito de as pessoas julgarem como se julgam. Eu não tenho receio. Eu vou para a luta. E vamos vencer essas eleições".

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