Geddel diz que Dilma não é muleta eleitoral

Pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado, o ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima disse nesta segunda-feira (07), em entrevista ao programa Raio X, da Rádio Itaparica FM, que não vai fazer da ex-ministra Dilma Roussef, “muleta eleitoral”, numa clara alusão ao discurso do seu principal adversário, o governador Jaques Wagner (PT). Na entrevista ele anunciou também que vai ao Rio de Janeiro conhecer a experiência da polícia pacificadora, com o propósito de inseri-la no futuro programa de governo.

“Não vou fazer da ministra Dilma muleta eleitoral. Não vou ficar falando, a ministra é minha amiga. Vou apóia-la, junto com o PMDB, prefeitos e lideranças. Estamos todos engajados no programa nacional do Presidente Lula e da ex-ministra Dilma. A contrapartida que me interessa é ficar claro para todos que, eleita, teremos uma relação político-administrativa desobstruída, em que a voz da Bahia será ouvida”, disse o ex-ministro, em resposta ao radialista Cristóvão Rodrigues.

Em boa parte da entrevista, o ex-ministro centrou as suas críticas justamente ao que considerou “ausência de voz da Bahia”, em função da ineficiência política e administrativa do governo Wagner. Essa, na sua opinião, tem sido a causa da Bahia ter perdido investimentos para outros estados, inclusive do Nordeste.

“Tá faltando governo, tá faltando decisão, disposição, iniciativa. A voz da Bahia precisa ser ouvida. O que temos é um governo cheio de dúvidas, sem projetos, sem capacidade de execução ou de gestão, incapaz de tirar suas promessas do papel, um governo que se sustenta exclusivamente na propaganda”, atacou.

Ele apontou a escolha de Pernambuco pela General Motors para sediar a sua central logística no Nordeste, como mais uma demonstração da incapacidade do governo Wagner em atrair investimentos. Outro exemplo citado foi o da Schincariol, que está investindo R$ 200 milhões na duplicação da sua unidade pernambucana, gerando 1800 empregos.

A perda de investimentos, na opinião do pré-candidato do PMDB, demonstra a inconsistência do discurso do governador, que se apresenta como “amigo do presidente Lula”, mas que por falta de projetos e vontade política, não consegue transformar essa amizade em benefícios para o povo baiano.

“Todos vocês já devem ter ouvido o governador dizer: Eu sou amigo do presidente Lula, eu tenho amizade com o presidente há 32 anos, ele me chama de galego, nós crescemos juntos, mas o que isso importa para a Bahia? O governador de Pernambuco (Eduardo Campos – PSB), não é do partido do Presidente, não é seu amigo há 32 anos, no entanto Pernambuco se transformou num estado que conquista investimentos”, ressaltou.

A inércia do governo Wagner em viabilizar investimentos para o desenvolvimento do Estado, fica evidente também, segundo o pré-candidato do PMDB, na avaliação das transferências voluntárias da União que, para a Bahia, vêm caindo anualmente. Outra preocupação é a redução da participação do Estado, no PIB regional.

“Desde 2006 a Bahia vem tendo uma perda quantitativa e qualitativa. Hoje se investe apenas 6,2% da receita corrente líquida em infra-estrutura e políticas sociais, quando já chegamos a investir mais de 16%”.

Na área da segurança pública, o pré-candidato do PMDB anunciou que, juntamente com o senador César Borges (PR), vai ao Rio de Janeiro conhecer as experiências adotadas pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), no combate a violência, particularmente a polícia pacificadora. Garantiu também que, no Governo do PMDB, haverá uma nova postura em relação ao enfrentamento do crime.

“Não é possível um governante dizer que a violência aumenta na Bahia e que o problema é do Brasil. Será que temos que aceitar como fato consumado, dez pessoas morrerem assassinados no domingo em Salvador, um carro ser roubado por hora na Região Metropolitana da capital, dois baianos serem assassinados por dia em Feira de Santana?”, questionou o pré-candidato.

Comentários