Primeiro debate ao governo não empolga
TB/Fernanda Chagas e Osvaldo Lyra
TB/Fernanda Chagas e Osvaldo Lyra
O primeiro debate ao governo do estado, ao contrário do esperado, começou e terminou morno, ontem à noite, na Band. Com regras rígidas, que engessaram o embate direto entre eles, o candidato do PV, Luiz Bassuma, no primeiro bloco, foi o único a elevar o tom contra os adversários. Após fazer críticas à segurança pública, saúde e educação, o candidato disparou que “quem quer continuar como está vota em Wagner.
Quem quer mudar um pouquinho vota em Geddel, porque ele é aliado do PT em nível nacional. Se quer voltar ao passado, vota em Paulo Souto”. No entanto, ele se colocou como o único que vai priorizar o cidadão. Bassuma disse ainda que vai dar prioridade ao tripé educação de qualidade, saúde universal para todos e direito de ir e vir com segurança. Vale ressaltar que em todos os blocos os aliados do presidente Lula, leia-se Geddel e Wagner, buscaram ao máximo associar suas ações à do líder petista.
Após responder a pergunta da apresentadora Rita Batista sobre o que fazer para que os indicadores sociais do estado acompanhassem os indicadores econômicos, já que a Bahia representa 30% do PIB de todo o Nordeste e um terço da sua população vive na linha de pobreza, o candidato do PSOL, Marcos Mendes, disse que a Bahia é um estado rico e, ao mesmo tempo, pobre. Ele falou que há uma política de direcionamento para o empresariado e que a população deve passar a ser priorizada.
O governador Jaques Wagner usou a Revolta dos Alfaiates para afirmar que a Bahia avançou nos últimos quatro anos, resgatando o social, dentro da política defendida pelo presidente Lula. Ele aproveitou o tempo para destacar resultados de programas de seu governo, a exemplo dos R$ 2 bilhões de investimentos no Luz para Todos, o beneficiamento de 2,5 milhões de pessoas com o Água para Todos, e a construção de mais de 100 mil casas populares.
Já o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, seguiu a tendência de criticar o governo. Ele lamentou que o Produto Interno Bruto da Bahia tenha chegado a representar 37% de toda a região Nordeste, mas atualmente possui 30% do PIB. “Lula ajudou a reduzir a pobreza com programas de transferência de renda. Mas o governo ajudou a aumentar a concentração dos mais ricos contra os mais pobres”, disse. O candidato democrata, Paulo Souto, disse que o problema é que a economia é muito concentrada.
“Precisamos continuar o processo de descentralização do estado, levando indústrias para o interior. Precisamos de políticas públicas claras para a moradia, saneamento, não apenas econômica”.
Em resposta, Wagner reconheceu que o primeiro ano do seu governo foi “duro”, a equipe escolhida não atendeu às expectativas dele, mas que os rumos começaram a mudar já no segundo ano de gestão. Disse ter entrado para a história por ter contratado o maior número de policiais e delegados. O petista disse ainda ter equipado as polícias Civil e Militar e que a Bahia sofre com o mal causado pelas drogas, sobretudo a cocaína e o crack.
Em sua réplica, Bassuma afirmou que, caso seja eleito, vai acabar com a repressão e criar a Secretaria da Paz, pois “a Bahia tem um sistema falido”. Em seguida, Wagner disse que investiu nos últimos anos na polícia e em políticas sociais. Ele lembrou ainda que conseguiu a aprovação pela Assembleia da Lei Orgânica das polícias Civil e Militar. “Ninguém vai tirar um coelhinho da cartola para resolver a questão da segurança pública”. Diferente do candidato do Partido Verde, Wagner disse que iria aumentar a repressão aos criminosos.
O governador Jaques Wagner (PT), por sua vez, replicou de forma dura, acusando o ex-governador Paulo Souto (DEM) de faltar com a verdade. “O senhor (Souto), o candidato que mais desfilou no poder na Bahia, não é a melhor pessoa para falar em promessas aqui. Até porque é um dos principais responsáveis pela péssima condição social no estado”, disparou, ouvindo de Souto que a diferença entre o discurso na campanha e as ações de governo são um dos grandes motivos para a descrença dos políticos junto à população.
O postulante do PSOL, Marcos Mendes, deu continuidade ao embate ao escolher o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima. O questionamento, como já era de se esperar, girou em torno dos recursos emergenciais liberados pelo Ministério da Integração Nacional para a Bahia, enquanto Geddel esteve à frente da pasta. Segundo Mendes, teriam sido destinados acima de 50% ao estado, mais especificamente às prefeituras da legenda do ex-ministro.
Geddel, bem no seu estilo bateu levou, respondeu que não se recordava de forma clara dos números, “mas se foi apenas 50%, deveria ter trazido mais recursos para a Bahia. E esclareço ainda que não foi trazido recursos apenas para prefeituras do PMDB, mas para todos os partidos, como PT e DEM, pois essa sempre foi a orientação principal do presidente Lula.
Portanto, eu tenho orgulho do trabalho à frente do Ministério da Integração Nacional e se tiver nova oportunidade farei muito mais pela Bahia”. Na réplica, o pessolista acusou o adversário de irresponsabilidade, o que gerou pedido do líder peemedebista para que não fosse usada adjetivação no debate.
Geddel, por sua vez, não perdeu a oportunidade de fazer dobradinha, ainda que de forma implícita, com o democrata Paulo Souto, com duras críticas aos altos investimentos em publicidade por parte do atual governo. Geddel questionou se Souto concordava com as declarações de Wagner em 2006 de que o democrata fazia pouco e anunciava muito, leia-se abusava da propaganda.
O ex-governador de pronto acusou o governador de anunciar fábricas virtuais, “de papel”, e fazer propaganda abusiva. “Neste governo, a propaganda chegou ao ponto de colocar o símbolo do governo na orelha de um bode”, disse Souto, que foi acusado também por Geddel de possuir o mesmo estilo de Wagner no quesito propaganda.
Já tivemos conversas com o presidente Lula, pois essa ação de combate não pode ser apenas dos estados, mas em parceria com o federal, pois as fronteiras precisam ser fechadas”.
Wagner lembrou que mais de 70% dos crimes são devidos à droga. Não deixou de citar que desmantelou as quadrilhas, mandando cerca de 16 líderes para presídios em outros estados, no entanto, afirmou ser necessário inclusão social, família, fé e espiritualidade. Ao comentar resposta de Wagner, Souto lembrou que o presidenciável tucano José Serra vai criar, se eleito, o Ministério da Segurança Pública. “Precisamos evitar que novos jovens caminhem para este lado, precisamos de escolas de tempo integral. Vemos na Bahia um holocausto”, disse.
Wagner, por sua vez, disse estar orgulhoso de ter trazido para a Bahia a experiência do governo Lula, o que fez com que o estado mudasse política, social e economicamente. Já Bassuma falou de suas preces, em que pede pelos baianos. Para finalizar, o candidato Marcos Mendes disse que só levando o PSOL para o segundo turno haverá chances de expor as contradições dos candidatos.
Quem quer mudar um pouquinho vota em Geddel, porque ele é aliado do PT em nível nacional. Se quer voltar ao passado, vota em Paulo Souto”. No entanto, ele se colocou como o único que vai priorizar o cidadão. Bassuma disse ainda que vai dar prioridade ao tripé educação de qualidade, saúde universal para todos e direito de ir e vir com segurança. Vale ressaltar que em todos os blocos os aliados do presidente Lula, leia-se Geddel e Wagner, buscaram ao máximo associar suas ações à do líder petista.
Após responder a pergunta da apresentadora Rita Batista sobre o que fazer para que os indicadores sociais do estado acompanhassem os indicadores econômicos, já que a Bahia representa 30% do PIB de todo o Nordeste e um terço da sua população vive na linha de pobreza, o candidato do PSOL, Marcos Mendes, disse que a Bahia é um estado rico e, ao mesmo tempo, pobre. Ele falou que há uma política de direcionamento para o empresariado e que a população deve passar a ser priorizada.
O governador Jaques Wagner usou a Revolta dos Alfaiates para afirmar que a Bahia avançou nos últimos quatro anos, resgatando o social, dentro da política defendida pelo presidente Lula. Ele aproveitou o tempo para destacar resultados de programas de seu governo, a exemplo dos R$ 2 bilhões de investimentos no Luz para Todos, o beneficiamento de 2,5 milhões de pessoas com o Água para Todos, e a construção de mais de 100 mil casas populares.
Já o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, seguiu a tendência de criticar o governo. Ele lamentou que o Produto Interno Bruto da Bahia tenha chegado a representar 37% de toda a região Nordeste, mas atualmente possui 30% do PIB. “Lula ajudou a reduzir a pobreza com programas de transferência de renda. Mas o governo ajudou a aumentar a concentração dos mais ricos contra os mais pobres”, disse. O candidato democrata, Paulo Souto, disse que o problema é que a economia é muito concentrada.
“Precisamos continuar o processo de descentralização do estado, levando indústrias para o interior. Precisamos de políticas públicas claras para a moradia, saneamento, não apenas econômica”.
Segurança em questão
Os problemas relacionados à segurança pública dominaram o terceiro bloco do debate. O candidato Luiz Bassuma quis saber do governador Jaques Wagner quais foram os principais erros da sua gestão na pasta.Em resposta, Wagner reconheceu que o primeiro ano do seu governo foi “duro”, a equipe escolhida não atendeu às expectativas dele, mas que os rumos começaram a mudar já no segundo ano de gestão. Disse ter entrado para a história por ter contratado o maior número de policiais e delegados. O petista disse ainda ter equipado as polícias Civil e Militar e que a Bahia sofre com o mal causado pelas drogas, sobretudo a cocaína e o crack.
Em sua réplica, Bassuma afirmou que, caso seja eleito, vai acabar com a repressão e criar a Secretaria da Paz, pois “a Bahia tem um sistema falido”. Em seguida, Wagner disse que investiu nos últimos anos na polícia e em políticas sociais. Ele lembrou ainda que conseguiu a aprovação pela Assembleia da Lei Orgânica das polícias Civil e Militar. “Ninguém vai tirar um coelhinho da cartola para resolver a questão da segurança pública”. Diferente do candidato do Partido Verde, Wagner disse que iria aumentar a repressão aos criminosos.
Temperatura elevada no segundo bloco
O segundo bloco do debate, onde os candidatos tiveram a oportunidade de fazer perguntas uns aos outros, conseguiu elevar um pouco a temperatura. Dando largada ao fogo cruzado, o candidato do DEM, Paulo Souto, escolheu o candidato do PT, o governador Jaques Wagner, para girar sua metralhadora. Souto não perdeu a oportunidade de questionar o petista sobre os altos índices empregados na publicidade pelo seu governo e, por tabela, o acusou de prometer e não cumprir. A referência foi às críticas de Wagner ao Reda e às concessões na campanha passada e que hoje estão em pleno funcionamento.O governador Jaques Wagner (PT), por sua vez, replicou de forma dura, acusando o ex-governador Paulo Souto (DEM) de faltar com a verdade. “O senhor (Souto), o candidato que mais desfilou no poder na Bahia, não é a melhor pessoa para falar em promessas aqui. Até porque é um dos principais responsáveis pela péssima condição social no estado”, disparou, ouvindo de Souto que a diferença entre o discurso na campanha e as ações de governo são um dos grandes motivos para a descrença dos políticos junto à população.
O postulante do PSOL, Marcos Mendes, deu continuidade ao embate ao escolher o candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima. O questionamento, como já era de se esperar, girou em torno dos recursos emergenciais liberados pelo Ministério da Integração Nacional para a Bahia, enquanto Geddel esteve à frente da pasta. Segundo Mendes, teriam sido destinados acima de 50% ao estado, mais especificamente às prefeituras da legenda do ex-ministro.
Geddel, bem no seu estilo bateu levou, respondeu que não se recordava de forma clara dos números, “mas se foi apenas 50%, deveria ter trazido mais recursos para a Bahia. E esclareço ainda que não foi trazido recursos apenas para prefeituras do PMDB, mas para todos os partidos, como PT e DEM, pois essa sempre foi a orientação principal do presidente Lula.
Portanto, eu tenho orgulho do trabalho à frente do Ministério da Integração Nacional e se tiver nova oportunidade farei muito mais pela Bahia”. Na réplica, o pessolista acusou o adversário de irresponsabilidade, o que gerou pedido do líder peemedebista para que não fosse usada adjetivação no debate.
Geddel, por sua vez, não perdeu a oportunidade de fazer dobradinha, ainda que de forma implícita, com o democrata Paulo Souto, com duras críticas aos altos investimentos em publicidade por parte do atual governo. Geddel questionou se Souto concordava com as declarações de Wagner em 2006 de que o democrata fazia pouco e anunciava muito, leia-se abusava da propaganda.
O ex-governador de pronto acusou o governador de anunciar fábricas virtuais, “de papel”, e fazer propaganda abusiva. “Neste governo, a propaganda chegou ao ponto de colocar o símbolo do governo na orelha de um bode”, disse Souto, que foi acusado também por Geddel de possuir o mesmo estilo de Wagner no quesito propaganda.
Crack é um dos temas principais do embate
No quarto bloco, onde jornalistas fizeram perguntas aos candidatos, os temas Saúde, Segurança Pública, Educação e Infraestrutura, mais uma vez, foram destaques. Ao ser questionado sobre o tráfico e uso de drogas na Bahia, em especial o crack, que tem sido um dos grandes fomentadores da violência no estado, o governador Jaques Wagner reiterou que o “crack é o grande gafanhoto da juventude moderna na Bahia, no Brasil e no mundo.Já tivemos conversas com o presidente Lula, pois essa ação de combate não pode ser apenas dos estados, mas em parceria com o federal, pois as fronteiras precisam ser fechadas”.
Wagner lembrou que mais de 70% dos crimes são devidos à droga. Não deixou de citar que desmantelou as quadrilhas, mandando cerca de 16 líderes para presídios em outros estados, no entanto, afirmou ser necessário inclusão social, família, fé e espiritualidade. Ao comentar resposta de Wagner, Souto lembrou que o presidenciável tucano José Serra vai criar, se eleito, o Ministério da Segurança Pública. “Precisamos evitar que novos jovens caminhem para este lado, precisamos de escolas de tempo integral. Vemos na Bahia um holocausto”, disse.
Busca pelo convencimento
Em suas considerações finais, cada postulante buscou convencer o eleitor ao seu modo. Paulo Souto disse que a população é a única responsável pela participação dele nessa disputa eleitoral. Já Geddel disse que, com seus erros e acertos, defeitos e virtudes, conseguiu reunir em torno de si a melhor equipe para governar a Bahia. O peemedebista aproveitou ainda para alfinetar Wagner e afirmar que também era aliado do presidente Lula. “Mas que não basta apenas isso para ser um bom governador”.Wagner, por sua vez, disse estar orgulhoso de ter trazido para a Bahia a experiência do governo Lula, o que fez com que o estado mudasse política, social e economicamente. Já Bassuma falou de suas preces, em que pede pelos baianos. Para finalizar, o candidato Marcos Mendes disse que só levando o PSOL para o segundo turno haverá chances de expor as contradições dos candidatos.
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