EXCLUSIVO: Consolidação da liderança de Borges pode levar PT a rever estratégia para Lídice e Pinheiro

O crescimento considerável de seis pontos da deputada federal Lídice da Mata (PSB) na disputa pelo Senado apontado nos números de hoje do Datafolha, considerado na classe política o mais confiável dos grandes institutos de pesquisa, acendeu a luz laranja no PT, partido que comanda a coligação encabeçada pelo governador Jaques Wagner.
Como a sondagem indica também a consolidação da liderança do senador César Borges (PR), setores do PT passaram a analisar que a próxima projeção do instituto poderá ser decisiva para se avaliar a possibilidade de a coligação governista conseguir colocar juntos no Senado a socialista e o petista Walter Pinheiro, que aparece também empatado, mas abaixo dela.
O Datafolha de hoje mostra César com os mesmos 31% do levantamento anterior, Lídice com 28%, seis pontos a mais em relação a antes, e Pinheiro com 26%, depois de ter também avançado cinco casas, uma a menos que a socialista. “Se César se mantiver na liderança, será necessário rever todo o plano estratégico do PT do voto casado”, admite uma fonte petista.
Por revisão de estratégia, ele deixa transparecer que, se efetivamente quiser eleger Pinheiro, a coligação terá que concentrar-se na eleição do petista, na hipótese de César consolidar-se como favorito na disputa, o que poderá implicar na difícil decisão de abandonar Lídice à própria sorte, questão que virou um tema publicamente proibido no PT.
Na avaliação da mesma fonte, a situação da parlamentar pode não ser das piores, já que ela vem demonstrando um fôlego e um poder de crescimento consideráveis até agora. “Antes, o PT não queria Lídice na disputa ao Senado porque considerava que ela não era um quadro regional, mas sua alavancagem é impressionante. Ela é mais leve do que imaginamos”, acrescenta.
Por enquanto, entretanto, a deputada não teria motivos para se preocupar, apesar de no início da campanha quase ter se atritado com o PT por ter achado que poderia ser preterida em favor de Pinheiro: qualquer movimento mais radical de opção pelo petista na coligação ainda deverá aguardar os acontecimentos das próximas duas semanas.

Comentários