CARCARÁ: PRESOS VÃO PARA CADEIA PÚBLICA

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Foto: João Gabriel Galdea / BN
 
Nove presos deixam a sede da Polícia Federal, no Comércio, dentro de camburão  

Nove presos da Operação Carcará, entre prefeitos e servidores, além do líder do suposto esquema de fraudes em licitações, o empresário da companhia Sustare, Edson Santos Cruz – que negou participar da quadrilha –, foram encaminhados no fim da tarde desta quarta-feira (10) para o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, para a realização de exames de corpo delito. Eles foram levados em um camburão da Polícia Federal e cumprirão a prisão temporária na Cadeia Pública de Salvador, localizada no Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde ficarão à disposição da Justiça. O último gestor que faltava ser detido, Agnaldo Andrade (PTdoB), do município de Santa Terezinha, já está na sede da PF. Ele e os gestores de Lençóis, Marcos Airton Alves Araújo (PR), de Elísio Medrado, Everaldo Caldas (PP), e de Utinga, Joyuson Vieira dos Santos (PSDB), últimos a chegar, não seguiram com o grupo. Já Antônio Miranda Silva Júnior (PMDB), de Aratuípe, Ivanilton Oliveira Novais (PSDB), de Cafarnaum, e Raimunda Silva dos Santos (PSDB), de Itatim, não tiveram a mesma sorte. No saguão da unidade policial o clima era de desolamento, com muitos parentes a chorar pela prisão dos acusados. De acordo com a Polícia Federal, que empregou 450 agentes no cumprimento de 82 mandados de busca e apreensão e 49 de prisão, a ação só deteve 40 pessoas de 21 municípios, cujas provas materiais foram encontradas. Segundo a PF, o alcaide de Sapeaçu, George Vieira Gois (PP), embora tenha sumido com o secretário Durval Lago, não teria que ser encarcerado, apesar de a prefeitura ter sido investigada. O delegado Cristiano Sampaio, em entrevista coletiva, revelou que os crimes eram realizados na compra de medicamentos e merenda escolar, além da realização de obras públicas, em que ainda há a suspeita de malversação de verbas estaduais. Ao todo, as cidades movimentaram R$ 300 milhões, desde 2009, e o prejuízo aos cofres públicos podem atingir R$ 60 milhões. A Operação Carcará ainda não foi concluída, pois outras 14 prefeituras, em que provas substanciais não foram reunidas, serão alvo de apuração na próxima etapa.
(Evilásio Júnior/João Gabriel Galdea)
PSDB, PMDB E PP VÃO ESPERAR DEFESA DE FILIADOS

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Montagem: BN

Imbassahy, Lúcio Vieira e Mário Negromonte não querem "prejulgar" filiados

O PSDB, PMDB e o PP, de imediato, não pretendem punir os filiados envolvidos no suposto esquema de fraudes em licitações apontados pela Operação Carcará, da Polícia Federal. Os prefeitos Joyuson Vieira dos Santos (Utinga), Ivanilton Oliveira Novais (Cafarnaum) e Raimunda Silva dos Santos (Itatim), todos do PSDB; Antônio Miranda Silva Júnior (PMDB), de Aratuípe, e Everaldo Caldas (PP), de Elísio Medrado, representam cinco dos sete alcaides presos. Todos foram acusados, com provas materiais, de integrar a quadrilha liderada por Edson Santos Cruz, proprietário da empresa Sustare, que teria sido beneficiada com contratos falsos em 20 cidades baianas. “Vamos esperar a apuração. Esperamos que a Polícia Federal cumpra com o seu dever e apure com rigor, para que os fatos fiquem esclarecidos”, declarou Antonio Imbassahy, presidente do PSDB baiano, que revelou ao Bahia Notícias ter ficado surpreso com a notícia.“Temos que aguardar para ver o que vamos fazer. Tem um bocado de história, inclusive, de que os prefeitos não sabiam de ações feitas pelos seus secretários. Não vamos prejulgar ninguém. Se ficar comprovado, o conselho de ética do partido vai tomar as providências. Todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Ninguém é culpado enquanto for inocente”, argumentou Lúcio Vieira Lima, comandante peemedebista no estado. O entendimento é semelhante para Mário Negromonte, que chefia os pepistas na Bahia. “Primeiro vamos aguardar para saber o grau de comprometimento. Se ele for culpado, será encaminhado ao conselho de ética e poderá ter pena máxima (expulsão). Não queremos prejulgar”, declarou.
(Evilásio Júnior)
PTDOB PRETENDE EXPULSAR PREFEITO PRESO PELA PF

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Foto: PTdoB

Dilma Gramacho diz que prefeito "não acrescenta em nada ao partido"

Diferentemente do discurso ponderado de tucanos, peemedebistas e pepistas, o PTdoB promete não ser tão conciliador com Agnaldo Andrade, prefeito de Santa Terezinha. A presidente estadual do partido, Dilma Gramacho, revelou ao BN que terá uma reunião nesta quinta-feira (11) com o advogado da agremiação para ser orientada sobre o procedimento de exclusão do alcaide. “Nós entraremos com o pedido de expulsão. Ele nunca compareceu no partido e não veio acrescentar em nada. Ficou uma situação muito delicada. O partido nunca teve qualquer mácula e não vamos permitir que seja comentado de forma negativa porque um filiado nosso teve um procedimento dessa natureza”, protestou a dirigente. O outro gestor detido pela Operação Carcará é Marcos Airton Alves Araújo (Lençóis), do PR, mas o senador César Borges, que comanda a legenda na Bahia, não foi localizado pela nossa reportagem em seu telefone celular.

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