CURTINHA DO RAIO LASER/TRIBUNA DA BAHIA
Publicada: 07/12/2010  |  Atualizada: 07/12/2010

Só depois
O governador Jaques Wagner (PT) confidenciou a interlocutores no fim de semana que pensa de fato em deixar para depois de sua posse, no início de janeiro, a definição do secretariado que pretende fazer acompanhá-lo até o fim de seu próximo mandato, ideia que já havia sido antecipada por esta coluna na semana passada. Em tese, dois motivos levariam Wagner a proceder dessa forma. Primeiro, o aguardo do que acontece em Brasília, onde o governador baiano espera emplacar nomes no ministério da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Segundo, a estratégia de evitar aporrinhações, como adianta um petista, antes de ser reempossado, como eventuais desagrados que cause ao escolher ou mudar peças no atual esquema do seu secretariado. São medidas que têm sua razão de ser, mas que deixam os aliados absolutamente ansiosos.
Última visita I
O presidente Lula virá nesta sexta-feira à Bahia. Ele assinará em Ilhéus ordens de serviços para o início das obras de quatro trechos da Ferrovia Leste-Oeste, que ligará a importante região produtora de grãos ao Porto Sul. O primeiro lote da estrada de ferro, situado entre os municípios de Caetité e Ilhéus, já se encontra com sua licença de instalação.
Última visita II
No entanto, a visita que Lula fará nesta sexta a Ilhéus não será apenas de festividades. Um movimento intitulado Comitê de Entidades Sociais em Defesa dos Interesses de Ilhéus e Região prepara uma série de reivindicações. Em uma delas, o grupo promete cobrar a execução das obras de duplicação da BR-415,  que liga Vitória da Conquista à Costa do Cacau
Expectativa
Cresce cada vez mais a expectativa dos baianos, petistas e progresistas, sobre a formação do ministério da presidente eleita Dilma Rousseff. O problema é que, até agora, nada de baianos no novo governo.
Verba indenizatória I
O Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, não conhecer o recurso de agravo regimental formulado pela Câmara Municipal de Salvador, referente ao pagamento de verba indenizatória aos vereadores. A ministra Ellen Gracie, na sua decisão, ressaltou o “impacto lesivo à economia pública caracterizado, também, pela potencialidade danosa aos erários públicos municipais, acarretando para a Câmara o dispêndio de              R$ 2.862.000,00”.
Verba indenizatória II
Ontem, o procurador Jurídico da Câmara, Francisco Reis, afirmou que o processo julgado pela ministra Ellen Gracie perdeu o objeto e que, portanto, a decisão não tinha validade, não repercutindo juridicamente. A verba indenizatória, criada pelo ex-vereador Valdenor Cardoso (PTC), foi suspensa pelo ex-presidente Alfredo Mangueira (PMDB) e mantida a suspensão pelo atual presidente Alan Sanches (PMDB).
Herança maldita
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mordendo a língua. Reclamava tanto de herança maldita e, na verdade, ele é quem está deixando esse ônus para sua sucessora”, diz o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM). Para ele, ao contrário do que apregoou durante seus oito anos de governo, Lula recebeu de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) um país sem inflação, uma moeda estabilizada e a lei de Responsabilidade Fiscal. “A mesma situação não vai encontrar a presidente eleita Dilma Rousseff. No dia primeiro de janeiro, ela vai assumir com a obrigação de colocar o pé no freio no forte aquecimento da economia para evitar um repique inflacionário logo no início de sua gestão”, explica Aleluia.
Queixas
Petistas estariam indignados com as queixas supostamente dirigidas pelo ex-secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli, ao partido em função da derrota na eleição para a Câmara dos Deputados. Dizem que, desta forma, dificilmente Leonelli conseguirá retornar para o governo, como, segundo comentam, seria seu maior desejo, depois da derrota.
Título
Na oposição baiana, ou melhor, no que restou dela, há quem pretenda sugerir a outorga de um título de cidadão baiano ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, maior adversário do governador Jaques Wagner na tarefa de ocupar espaços pelo Nordeste no novo ministério que surgirá no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Como o mandatário é do PSB, estão sugerindo que o projeto parta do Capitão Tadeu.
Oposição
E falando na oposição, deputados eleitos pelo DEM, PR, PMDB e PSDB devem se reunir na próxima quinta-feira para começar a delinear o futuro da bancada de minoria na Assembleia Legislativa, que toma posse dia 1º de fevereiro. Entre outros assuntos, vão discutir o nome que deverá liderar a oposição.

Sabedoria
Para aliados de Jaques Wagner, o governador usa com maestria a condição de espectador “atuante” no processo de definição dos colaboradores da presidente eleita Dilma Rousseff para conter o ímpeto de petistas e auxiliares de outros partidos que tentam, a todo custo, antecipar o processo de escolha de novos secretários de Estado na Bahia.
Sinal
Um sinal de que o governador Jaques Wagner não deve alterar em nada seu secretariado até a posse, em janeiro, seria o fato de que até agora ele não chamou sequer um dos partidos de sua base de apoio para conversar sobre o assunto. Aliados dizem que, sem conversa, o assunto não anda.
Orientação
Deputado federal petista que retornou ontem de Brasília garante que, na capital federal, ou mais precisamente no entorno da presidente eleita Dilma Rousseff, há orientação clara no sentido de não deixar o baiano Geddel Vieira Lima pongar em qualquer cargo federal, por menor que seja sua importância, passada por prepostos de Jaques Wagner.
Representante
Sobre o veto a Geddel, o mesmo petista, tentando limpar a barra do governador, diz que a orientação pode não ter sido passada por Jaques Wagner, mas transmitida por político muito ligado a ele que se autoatribuiria o papel de saber o que pensa e o que deseja o governador neste momento importante de definições nacionais no âmbito do partido.

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