QUINTA FEIRA - DIA 6 DE JANEIRO - RAIO LASER/TRIBUNA DA BAHIA
Publicada: 06/01/2011  |  Atualizada: 06/01/2011

Na oposição
Aproveitando o rompimento repentino entre o vereador Alfredo Mangueira (PMDB) e o prefeito João Henrique (PMDB), motivado pela recusa do primeiro em permanecer na chefia da Casa Civil do governo municipal, o PMDB baiano - presidido pelo deputado Lúcio Vieira Lima - deve apostar suas fichas a partir de agora em derrotar o projeto do gestor de ver suas contas aprovadas na Câmara Municipal, única condição para não ficar inelegível. Segundo uma fonte do partido ouvida pela coluna, como não há mais retorno na relação entre o prefeito e a cúpula peemedebista e ele vem dando mostras seguidas de que trata a cúpula da legenda como inimiga, não restará outra alternativa para a agremiação senão recomendar a reprovação das contas do prefeito, sob, inclusive, argumentos técnicos, como aqueles levantados no parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) que rejeitou a prestação de João Henrique.

Conquista
O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, se reuniu ontem com os presidentes do PV, PRB, PSL, PSB, PDT, PSC, PHS, PP e PCdoB. Na pauta do encontro foi discutido o atual cenário político, iniciado no último dia 1°, e a composição do governo federal e estadual. Em sua avaliação, houve avanços para a Bahia “com a conquista de quatro espaços ministeriais importantes” para a Bahia.

Agregação
Segundo Jonas Paulo, o posicionamento do governador Jaques Wagner é de agregação com os aliados. “A ideia do governador é contemplar todos os partidos da base aliada. É lógico que o PT será contemplado em áreas sensíveis. Todos os espaços operacionais já estão sendo discutidos para que seja possível contemplar também, todos os partidos da base”, garantiu. “O objetivo agora é avançar nos espaços dos órgãos de desenvolvimento regional do Nordeste”, frisou.

Temor
Enquanto o governador deixou nas entrelinhas o suposto apoio ao deputado Marcelo Nilo (PDT) no projeto de continuidade à frente da presidência da Assembleia Legislativa, a bancada do PT dá demonstrações de que ainda não engoliu a possível reeleição de Nilo. Notadamente, petistas têm sentido o aumento da influência e do poder do pedetista para 2014.


De graça
Além da renúncia de Alfredo Mangueira e do vereador Téo Senna, a prefeitura viveu ontem nova turbulência com a demissão de três jornalistas. Até aí tudo bem. O problema é que os profissionais não foram avisados de que seriam dispensados e ainda viram as exonerações terem sido publicadas retroativamente, o que significa que trabalharam de graça.

Isso pega?
O governador Jaques Wagner (PT) foi desaconselhado ontem a procurar qualquer tipo de contato com o prefeito João Henrique (PMDB), mergulhado numa série de problemas desde a reforma que promoveu no secretariado e a renúncia de dois colaboradores. Motivo, alegado por um político ligado a ele: evitar qualquer tipo de contaminação.

Pesar
O senador ACM Junior disse ontem à noite que a morte de dona Lily Marinho, viúva do jornalista Roberto Marinho, abre uma lacuna na cultura brasileira. “Durante todos os anos em que morou no Brasil (dona Lily nasceu na Alemanha), dona Lily Marinho contribuiu de forma decisiva para a preservação da nossa cultura”, afirmou o senador. ACM Junior lembrou que a viúva de Roberto Marinho era muito culta e sempre demonstrou preocupação com as causas sociais. “Quem conheceu dona Lily, como eu, sabe que ela era, ao mesmo tempo, elegante, inteligente, culta e interessada no desenvolvimento do Brasil”.

Cargos I
O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM) considera a briga pelo novo valor do salário mínimo entre o PMDB e o novo governo empossado uma disputa por cargos federais. “Não existe da parte dos peemedebistas nenhum compromisso com os interesses dos trabalhadores, mas sim com o velho e daninho fisiologismo, que tanto empobrece a política brasileira”, diz.

Cargos II
Aleluia afirma ainda que até o último dia de seu quinto mandato, no próximo dia 31, vai defender o salário mínimo de R$ 600, proposto por José Serra durante a campanha presidencial. “Sou contra as propostas do governo federal de R$ 540 e a do PMDB de R$ 560. Não atendem às necessidades dos trabalhadores. Espero que a nova legislatura que votará a questão, em fevereiro, fique a favor do povo”, afirma o parlamentar democrata José Carlos Aleluia (DEM).

Cena
Envolvido no turbilhão que tirou ontem da prefeitura o chefe da Casa Civil, Alfredo Mangueira, seu antecessor no cargo, João Cavalcanti, achava uma injustiça o fato de lhe atribuírem qualquer participação no episódio.

Ruas
No final da tarde de ontem, o prefeito João Henrique (PMDB) mandou um comunicado para a imprensa manifestando sua surpresa com a renúncia de Alfredo Mangueira ao cargo de chefe da Casa Civil. O detalhe é que o anúncio pipocou mesmo por volta do meio-dia, quando a carta de renúncia do vereador ganhou as ruas.

Renúncia
O ex-secretário de Administração Oscimar Torres assumiu ontem a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) com absoluta discrição. Uma boa para quem viu depois a prefeitura mergulhar numa verdadeira turbulência a partir da renúncia do secretário da Casa Civil, Alfredo Mangueira, e do vereador Téo Sena (PTC), que assumiria a liderança do governo na Câmara Municipal.

Apoio
Aparentemente tranquila com relação ao turbilhão vivido na prefeitura, a primeira-dama municipal, Maria Luíza (PSC), não apareceu ontem na Assembleia Legislativa nem na prefeitura, depois que estourou o episódio da renúncia do chefe da Casa Civil, Alfredo Mangueira. Ajudante prestimosa do marido, ela teria dado uma mãozinha na escolha do vereador para o cargo.

Copa do Mundo
Por entender que Salvador, enquanto subsede da Copa de 2014, receberá grande fluxo de turistas e atletas, e que a cidade precisa melhorar a assistência médica oferecida à população, o vereador Sandoval Guimarães (PMDB) apresentou na Câmara um projeto de Indicação em que sugere ao governador Jaques Wagner a adoção de medidas para viabilizar o espaço onde funcionava a Unimed, em Lauro de Freitas, para a implantação de um hospital de ortotrauma. Sandoval acredita que, com a realização da Copa, a Região Metropolitana passe a ter um hospital referência em traumatologia.

Entendimento I
O ex-vereador Cristóvão Ferreira Júnior, sem partido, vai se reunir até amanhã com o presidente estadual do PDT, Alexandre Brust. O objetivo é tentar aparar as arestas criadas com sua saída da sigla, fato que agora está dificultando o retorno de Cristovinho para a Câmara de Vereadores da capital. Com a ida do vereador Gilberto José (PDT) para a Secretaria Municipal de Saúde, o primeiro suplente deverá assumir o mandato no Legislativo.

Entendimento II
A expectativa é que o presidente pedetista Alexandre Brust possa selar a paz com o ex-integrante do partido, que deixou a sigla assim que o ex-deputado Severiano Alves trocou o PDT pelo PMDB. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral, o ex-vereador Cristóvão Ferreira Júnior continua sem partido.

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