Otto rebate declarações de GeddelPublicada: 29/03/2011 00:40| Atualizada: 29/03/2011 00:36
Lílian Machado

A  intensa movimentação no cenário político baiano, com a chegada do PSD - partido que terá sua criação regulamentada no segundo semestre deste ano -, reacendeu as divergências entre os principais líderes da política no estado.


O vice-governador da Bahia e atual secretário de Infraestrutura  do Estado, Otto Alencar (PP), classificou como “incoerentes” as declarações do ex-ministro e recém-nomeado vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica, Geddel Vieira Lima (PMDB), concedidas em entrevista exclusiva a Tribuna ontem.

Em entrevista ao jornal, o líder peemedebista criticou a constituição do PSD, nova agremiação partidária que na Bahia será dirigida por Otto, e em seguida abriu a possibilidade de uma conversa entre eles sobre as eleições de 2014.

Apesar de dizer que não quer “alimentar brigas através de jornais” e que respeita as opiniões de Geddel a respeito do PSD, o vice-governador rebateu o discurso do peemedebista e aproveitou para alfinetá-lo.


“Respeito ele e os seus conceitos, mas eu não tenho respostas pra ele, pois a resposta ele já teve das urnas”, disse ao lembrar o fato de Geddel chamar o PSD “de partido de aluguel” e de que “não será, a médio e longo prazo, importante para a história da política da Bahia e do Brasil”. Segundo Otto, “numa derrota política, as pessoas têm que tirar uma lição e não confusão”.


Conforme Otto, a intenção do ex-ministro com as “confusas” declarações seria a de atrapalhar sua relação com o grupo político ao qual pertence e com o governador Jaques Wagner (PT).


“Mas isso ele não vai conseguir, pois entre mim e o governador Wagner e dele para mim existe uma relação de confiança muito firme e muito séria, que não serão essas coisas que irão abalar”, mandou recado.


Otto também desconsiderou a citação “cabeça branca” e a semelhança de hegemonia relacionada por Geddel a Wagner. “Isso é pura bobagem, jargões e rótulos que não se discutem. O que a população espera é
trabalho e é isso que estamos fazendo".
  O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, também não deixou passar batido as críticas do ex-aliado.
“Houve quem montou seu projeto a partir de um poder constituído pelo núcleo familiar e pelo poder unipessoal e que foi totalmente rechaçado pelas urnas. Usou os mesmos métodos e bateu com a cara na parede”, cutucou.

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