Copa 2014: caminho livre para a corrupção

 Tempo mais do que suficiente houve para que o Brasil realizasse o cronograma de exigências para obras da Copa do Mundo de 2014. A burocracia de uma máquina administrativa que alterna modernidade, com atraso, e as duas com corrupção, impediu que as obras necessárias às capitais que serão sedes de jogos, como Salvador, por exemplo, encontrassem obstáculos na morosidade. Como consequência fez-se o que se esperava: a aprovação de uma medida provisória no finalzinho da noite de ontem, na Câmara dos Deputados, flexibilizando as licitações, de modo que as mudanças exigidas pela Fifa sejam realizadas. Aqui na Bahia, só a Arena Fonte Nova está (ainda) dentro do cronograma, mas enfrenta problemas do Tribunal de Contas do Estado. As demais estão em discussão, como a questão do sistema de transporte que deve minorar (pelo menos) o problema da mobilidade urbana. A vitória do governo com a sua MP na Câmara ainda terá que ir ao Senado, mas lá é mais fácil a aprovação. Com isso, reduzem-se as exigências das licitações e, para acelerar o que deve ser feito, é possível que se abram espaço para a corrupção, que já acontece, como se sabe, obedecendo ao ritmo normal. Com a pressa que se quer, vai virar (espera-se que não) mamão com mel para as empreiteiras. O aeroporto de Salvador é um dos exemplos e assim será em relação a obras em todas as capitais brasileiras que sediarão jogos da Copa. A oposição tentou obstruir a votação, mas, no final, extenuada, abriu espaço e o governo, com mais votos, impôs a MP temerária. Enfim, teremos Copa. Mas, a que custo?

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