Petistas vaiam JH e usam redes sociais para divulgar “feito”; Wagner reprova

Valdir Argolo/Secom
João Henrique e Jaques Wagner
O prefeito João Henrique (PP) levou uma sonora vaia ao ter seu nome anunciado durante o lançamento do Pacto pela Vida, um evento eminentemente petista capitaneado pelo governador Jaques Wagner (PT) hoje no Centro de Convenções que reuniu, segundo os organizadores, cerca de três mil pessoas e trouxe a Salvador o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O “protesto” teria sido orquestrado pela ala petista que não se conforma com a aproximação entre o governador, o prefeito e o pré-candidato petista à sucessão municipal, o deputado federal Nelson Pelegrino. Curioso é que, de acordo com um petista, militantes vinculados a veredores ligados ao próprio Pelegrino teriam participado ativamente da “manifestação”.
Avisado de que setores de seu partido estariam por trás das vaias, Wagner condenou o movimento, além de ter fechado a cara, em sinal de desaprovação, no momento em que o prefeito foi constrangido. À tarde, vários petistas, incluindo assessores de parlamentares do partido, usaram as redes sociais como o twitter e o Facebook para divulgar o ataque a João Henrique.
Todas as mensagens buscavam relacionar a situação a uma suposta “rejeição” popular a João Henrique, no que foi considerado uma comprovação de que o prefeito foi vítima de uma orquestração no evento. Determinados a conquistar a Prefeitura de Salvador para o PT, Pelegrino e Wagner tentam manter em altíssimo nível a relação institucional com o prefeito e a cidade como parte de uma antecipada estratégia eleitoral.
A postura dos comandantes do PT leva em conta a avaliação de que como, pela legislação eleitoral, não poderá mais disputar a reeleição, João Henrique pode vir a apoiar Pelegrino à sua sucessão, colaborando para colocar, pela primeira vez, o partido no controle da capital baiana, uma tarefa para a qual ambos os petistas consideram que o apoio da Prefeitura será valiosíssimo.
Recentemente, o governo do Estado e Prefeitura firmaram uma verdadeira parceria para a aprovação de dois projetos na Câmara Municipal – um deles foi o do Fundurbs e o outro, o da renovação da concessão da exploração da água à Embasa. Nos dois casos, dada a interface entre Estado e Prefeitura nos projetos, a secretaria de Relações Institucionais de Wagner atuou de maneira decisiva pela aprovação das medidas.
Também nos dois casos alguns vereadores do PT e a bancada do PCdoB criaram caso e tentaram dificultar o cumprimento dos acordos firmados entre as equipes do prefeito e do governador, desapontando Wagner, irritando o secretário César Lisboa e os operadores de Pelegrino, cuja meta de obter o apoio do prefeito à sua candidatura, embora não manifesto ainda, continua mais determinado do que nunca. (Politica Livre)

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